Em dois dias o presidente reeleito da Venezuela, Hugo Chávez, deveria prestar juramento perante a Assembleia Nacional para seu novo mandato de seis anos. Mas tudo indica que ele não estará em condições físicas de assumir o cargo e que o debate entre a oposição e o governo sobre o futuro da Venezuela continuará.
Nessa segunda-feira (7), o ministro da Comunicação, Ernesto Villegas, informou que Chávez “está assimilando” o tratamento da insuficiência respiratória que sofreu por causa de uma infecção pulmonar e que ele está em uma “situação estacionária”. A infecção foi consequência da cirurgia para a retirada de um tumor maligno na região pélvica, realizada no ultimo dia 11 de dezembro, em Cuba. É a quarta operação à qual Chávez se submete, desde que descobriu o câncer, ha 18 meses.
No entanto, o comunicado oficial não faz menção à provável ausência de Chávez na data em que deveria assumir mais um mandato presidencial. Mas critica “a guerra psicológica” que estaria sendo empreendida no exterior para debilitar o governo venezuelano durante a ausência do presidente. Chávez não é visto em público desde que embarcou para Havana, há mais de três semanas.
Mesmo assim, autoridades como os presidentes dos países vizinhos foram convidados para comparecerem ao evento de posse, mesmo que este não aconteça. Segundo o jornal La Nación, a presidente argentina Cristina Kirchner já confirmou que viajará na quarta-feira a Havana, onde Chávez está internado. Ela pretende visitar o presidente ou sua família.
Em Caracas, o debate sobre o futuro do país acirrou-se, envolvendo não só o governo e a oposição, como também a Igreja Católica. Os bispos católicos venezuelanos alertaram sobre o que consideram um “grave risco” para a estabilidade do país e disseram que qualquer tentativa de anular a Constituição, para permitir ao presidente Hugo Chávez permanecer no poder, seria “moralmente inaceitável”.
Interpretada de diferentes maneiras, a Constituição da Venezuela diz, segundo pensamento de alguns que, se Chávez não estiver presente para fazer o juramento novas eleições devem ser convocadas.
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