Número de assassinatos de homossexuais cresceu em 2012

Acontece

Segundo um levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), divulgado ontem (10), 336 homossexuais foram assassinados no Brasil em 2012. O número representa um aumento de 26% em relação a 2011 (266 casos), e um crescimento de 177% nos últimos sete anos. Com esse número, segundo o GGB, é possível afirmar que, em 2012, um homossexual foi morto a cada 26 horas.

“Esses dados são só a ponta do iceberg”, acredita o antropólogo Luiz Mott, fundador do GGB e organizador da pesquisa. “A realidade deve ser muito maior que essa estimativa, há muita subnotificação. Ainda assim, somos os campeões mundiais de assassinatos de homossexuais, com 44% de todos os casos do planeta.”

O relatório aponta Alagoas como o estado mais perigoso para o grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), foram 5,6 assassinatos para cada um milhão de habitantes, num total de 18 mortes. Em números absolutos São Paulo foi o estado que registrou mais assassinatos de homossexuais, com 45 casos, seguido de Pernambuco, com 33, e Bahia, com 29. O Nordeste concentrou 45% dos homicídios.

A violência contra homossexuais foi assunto de diversos protestos, sobretudo, nas redes sociais principalmente depois do assassinato do jornalista e ativista LGBT goiano Lucas Cardoso Fortuna, de 28 anos. Fortuna foi morto por espancamento em novembro por dois assaltantes em uma praia da região metropolitana de Recife.

“A homofobia precisa ser severamente punida pela polícia e pela Justiça”, diz Marcelo Cerqueira, presidente do GGB. “A certeza da impunidade e o estereótipo do gay como fraco, indefeso, estimulam a ação dos assassinos.”

De acordo com o levantamento, em apenas 89 casos, dos 336, o autor do homicídio foi identificado – e apenas 24 deles foram presos. O GGB é a organização mais antiga de defesa de homossexuais do Brasil, e foi fundada em 1980.

 

Foto: reprodução

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