Um estudo revelou que os novos casos de câncer devem aumentar 38,1% no Brasil ao longo desta década, passando de 366 mil casos diagnosticados em 2009 para mais de 500 mil novos casos em 2020. Já em 2030, os países da América Latina e do Caribe terão 1,7 milhões de casos de câncer diagnosticados por ano, com mais de 1 milhão de mortes anuais.
O artigo que faz referência aos dados, foi assinado por mais de 70 especialistas e publicado na revista especializada Lancet Oncology. O estudo adverte ainda sobre os altos índices de mortes por câncer que podem ocorrer se melhorias nos processos de diagnóstico precoce da doença e o tratamento não forem aprimorados.
Vítimas
São 163 casos de câncer para cada 100 mil pessoas na América Latina, número inferior aos 264 casos por 100 mil habitantes registrados na União Europeia ou os 300 por 100 mil dos Estados Unidos. Mesmo assim, a mortalidade na América Latina é muito mais alta, com 13 mortes para cada 22 casos.
Nos Estados Unidos, são 13 mortes para cada 37 casos, enquanto na União Europeia são 13 mortes para cada 30 casos.
Diagnóstico
O diagnóstico tardio e problemas no acesso a tratamento são as principais causas para a disparidade dos números, dizem os especialistas. Eles calculam um aumento de 35% na detecção de novos casos de câncer na América Latina e no Caribe entre 2009 e 2020. No Brasil, esse percentual seria de 38,1%.
Vida mais sedentária, alimentação menos saudável e consumo maior de cigarros e de álcool são comportamentos adotados pelos especialistas como de em risco em relação ao câncer.
Além disso, a exposição das pessoas ao sol sem proteção e a poluição interna gerada pela queima de combustíveis sólidos também são apontados como fatores que devem contribuir para o aumento no número de casos de câncer na região na próxima década.
“A adoção mais generalizada de estilos de vida semelhantes aos dos países desenvolvidos levará ao rápido crescimento no número de pacientes com câncer, com um peso para o orçamento para o qual os países latino-americanos não estão preparados”, afirma o coordenador da pesquisa, Paul Goss, professor de medicina da Escola Médica de Harvard, em Boston.
Com informações da BBC Brasil
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