Flip termina com manifesto e nudez

Cultura

Acompanhado por mais de duas dezenas de atores, o diretor José Celso Martinez Corrêa encenou na noite deste domingo (10), na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), sua versão para o manifesto antropófago de Oswald de Andrade, escritor homenageado pelo evento em 2011.

Em quatro horas de espetáculo, o diretor introduziu até referências a mesas de debate realizadas na Flip, como a que contou com a participação do neurocientista Miguel Nicolelis. No trecho, um cientista  vestido com uma camisa do Palmeiras, time do coração de Nicolelis  utiliza um macaco para fazer um tetraplégico voltar a andar. Com o uniforme da seleção brasileira de futebol, o “ex-tetraplégico” dá o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014, exatamente o que o neurocientista planeja para o mundial e anunciou em sua palestra, na quinta-feira (7).

Antes do chute inicial, o locutor televisivo da peça teatral anunciou: “vai que é tua, Lázaro”, em referência ao episódio bíblico em que Lázaro foi ressuscitado.

Houve ainda espaço para um banquete de frutas e vinhos oferecido ao público, assim como o mel dos lábios da índia Iracema de José de Alencar. Os atores, nus como índios, passaram a trocar “beijos de mel” neste momento da peça.

Ao final, três escritores que participaram da festa leram trechos de livros para o público: a argentina Pola Oloixarac, o angolano/português Valter Hugo Mãe, que leu Franz Kafka, e o brasileiro Eduardo Sterzi, lendo Jorge de Sena.

A 9ª edição da Flip começou na última quarta-feira (6) e reuniu um público entre 20 mil e 25 mil pessoas, de acordo com a organização do evento. No total, foram 139 artistas convidados, 29 deles internacionais.

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