A cantora lança álbum com composições de nomes como Arnaldo Antunes, Marisa Monte, Ana Carolina e Lulu Santos
A cantora Luiza Possi nunca esteve tão cheia de brilho. O entusiasmo enche seus lindos olhos quando fala do seu sétimo trabalho, “Sobre Amor e o Tempo”. São 14 as canções que formam seu trabalho mais consistente e o menos eclético dos seus trabalhos. Assume o acento orgânico do rock’n’roll à MPB por onde Luiza nada de braçada. E é o mais consciente!
Dentro dessa fórmula, Luiza emprestou o espírito roqueiro e mpbístico dos anos 1970, quando os artistas entravam em estúdio para só saírem quando tivessem uma obra que parasse em pé, conceitual e vigorosa. “Nesse processo tive que me livrar de um monte de coisas, tive que abandonar um forte lado mais emocional, ser imparcial e afastar todo o apego. Fui atrás do que eu ia gostar de ouvir num disco”, diz Luiza.
No resgate racional, Lulu Santos, Erasmo Carlos, Lucio Maia, inédita de Marisa Monte e Adriana Calcanhoto. “Tao da Lua”, de autoria da própria, é percussão e cadência que ditam a abertura. De Marisa Monte, Adriana Calcanhoto e Dadi vem a seguinte, a linda “Devo Lhe Dizer”, que insiste em permanecer ecoando muito tempo após o término de seus quase três minutos. “Tempo em Movimento” tem a assinatura de Lulu Santos (e Nelson Motta) em sua melhor forma. “Quando pensei no Lulu (Santos) pensei na (música) ‘Lua de Mel’, que adoro. Mas aí quando ouvi ‘Tempo em Movimento’, disse: ‘é isso’. Ele falou que tinha uma (canção) moderna, mas eu queria o Lulu antigo”, confirma.
Já “Dois Perdidos” é uma balada presente de Arnaldo Antunes. Temos, então, uma das peculiaridades do trabalho. Erasmo Carlos fazendo um rapper em antiga canção sua, “Dois em Um”. “Quando chegamos no Erasmo, falei com o Leo (filho dele) e ele pescou essa música. O Leo falou que o Erasmo vivia dizendo: ‘temos que mandar música pra Luiza, temos que mandar música pra Luiza’. E veio essa, perfeita. Até na original ele canta esse rap”, revela.
Uma sequência que tem a cara da cantora, numa combinação de vigor de guitarra, baixo e bateria com a suavidade de arranjos de cordas, vem no miolo do álbum – “O Mundo Era Nós Dois”, de Ana Carolina, Chiara Civello e Antonio Villeroy, “Pode Vir”, de Juca Chequer, e “Venha”, de Luiza em parceria com Barbara Rodrix.
Papo Calcinha com Luiza Possi
A cantora conta como foi sua primeira vez e faz as apresentadoras gargalharem ao explicar que achou que tivesse transado, mas na verdade nada tinha acontecido.
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Fotos: Reprodução/Revista QUEM