Filme conta a história da descoberta de ser homossexual de um cego
O filme é dirigido por Daniel Ribeiro e é baseado no curta de 2010, que teve uma ótima recepção do público e da crítica, do próprio cineasta e é protagonizado pelo mesmo trio. O tema central de Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é a fase da adolescência, o período de descobertas e amadurecimento. O primeiro longa-metragem de Daniel estreou nesta quinta-feira (10) e conta a história de Léo e Gabriel que descobrem que uma relação que é muito mais que amizade.
Apesar de enfrentar diversos problemas na escola, como alunos que tentam sacaneá-lo em algumas situações, os maiores problemas de Léo são enfrentados em casa. O garoto, que nasceu cego, é super protegido pelos pais. Por sentir incompreendido pelos pais, seu maior sonho é embarcar em um programa de intercâmbio internacional e finalmente se sentir livre. Como isso não é possível, ele conta com a ajuda de sua amiga Giovana, que o acompanha até em casa todos os dias. Léo também conta com o apoio da avó, que o aconselha sempre que ele a visita.
Tudo muda para Léo quando Gabriel chega à sua escola. Os meninos tem uma forte ligação logo que se conhecem e isso incomoda um pouco Giovana, que passa a rejeitar a amizade dos dois, mesmo sem querer. Passando cada vez mais tempo juntos, os garotos descobrem que a vida pode direcioná-los até ao que eles nem imaginaram.
O filme foi premiado em Berlim, no início de 2014, com o prêmio Teddy Bear, destinado a filmes com temática homossexual. O filme aborda duas questões que poderiam sofrer preconceito: cegueira e homossexualismo. De forma muito inteligente, porém, o roteiro se concentra no amor romântico e explora a descoberta sexual de Léo. O diretor afirma que a ideia inicial era fazer o longa, mas para isso era necessário conseguir recursos e por isso o curta foi lançado.
Os protagonistas garantem que não sofreram nenhum tipo de preconceito. “Até agora nada de preconceito, absolutamente. Na verdade, é exatamente o contrário. Todo mundo aceitou bem, até minha vó que é bem conservadora. Ela achou o personagem delicado e meu deu parabéns por ele”, contou Fabio Audi, que interpreta Gabriel. Ghilherme Lobo, que interpreta Léo, conta que na época que filmava o curta, um garoto tentou fazer piada, mas foi censurado pelos outros colegas.
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Fotos: Reprodução