Ligia Amadio, diretora titular da Orquestra Filarmônica de Bogotá, se sente confortável em seu cargo e não tem medo de carregar a batuta, um posto tradicionalmente masculino. “A desigualdade não foi superada ainda, fica muito por percorrer”, disse. Ela é conhecida por dar tudo de si nos palcos, tanto como diretora, como também por sua grande expressividade corporal e verbal.
Ligia começou a estudar piano aos cinco anos, mas sua vontade não era ser música. Tanto que se formou em Engenharia e só depois ingressou no Conservatório de Música da Universidade de São Paulo e optou pelo ramo de orquestra. “Eu tinha 22 anos e já sabia que não seria uma grande pianistas, por isso não escolhi ser instrumentista. A composição é para uns poucos escolhidos, são gênios. Eu era uma pessoa muito normal e, ao mesmo tempo, sabia que tinha personalidade para dirigir uma orquestra”, conta.
A maestrina chegou a OFB em fevereiro deste ano e foi recebida com “muito amor e respeito”, embora afirme que “a relação se desenvolva com o tempo”. “É uma orquestra de muitas qualidades”, destaca. Antes de entrar em ação, Ligia costuma contar o contexto da composição para seu público, algo não muito habitual de se fazer.
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