Do futebol brasileiro, o mundo sempre espera o melhor! E o que dizer, então, das melhores Seleções Brasileiras? Aquelas cuja escalação os boleiros sabem de cor. As seleções que faziam os adversários tremer e que arrancavam aplausos até de torcedores de outros países? O jornalista e narrador esportivo Milton Leite sabe que cria polêmica ao definir quais foram As Melhores Seleções Brasileiras de Todos os Tempos.
Neste livro gostoso de ler e ótimo para presentear, ele reúne personagens em entrevistas exclusivas e desvenda episódios das grandes campanhas nacionais no esporte mais popular do planeta. São revelados aqui os bastidores das equipes campeãs das Copas de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, além do marcante grupo de 1982. Enriquecida com fotografias e depoimentos de protagonistas dessas campanhas – como Pelé, Zico e Ronaldo -, a obra é para todos os brasileiros, boleiros ou não.
Pelé põe o Brasil no mapa do mundo do futebol
“Pela primeira vez a Seleção Brasileira disputou um Mundial com Pelé e Garrincha.Pelé era um garoto, com 17 anos, e o Garrincha um pouco mais velho. Muita gente não se lembra, mas o curioso é que nem Garrincha nem Pelé eram titulares daquela Seleção. Eles entraram só na terceira partida, contra a União Soviética. No caso de Pelé, ele se recuperava de uma contusão. Já Garrincha, esteve ameaçado de não ir para a Suécia. Pouco antes da Copa, a Seleção fez dois amistosos na Itália contra Fiorentina e Internazionale. O Djalma dos Santos lembra que o Garrincha fez aquelas jogadas dele e a comissão técnica chegou à conclusão de que ele não estava preparado para jogar, por sorte foi convocado”.
1962 – PAÍS SEDE: CHILE
Veteranos repetem a dose
“Era uma Seleção envelhecida, que repetia praticamente o mesmo time de 1958. Em geral, o que dizem Zagallo e Djalma Santos, era que essa Seleção não tinha todo o brilho de 58, mas que por outro lado, eram caras que sabiam como ganhar um Mundial. Então, o Brasil atravessou o campeonato sem levar muitos sustos, mesmo com a contusão do Pelé. O Garrincha se tornou o grande protagonista, quando Pelé se machucou no segundo jogo, contra a Checoslováquia. Era uma seleção muito experiente, já tinham tirado aquilo que o Nelson Rodrigues chamou de “Complexo de Vira-Lata”.
1970 – PAÍS SEDE: MÉXICO
Seleção faz história no México
“É legal lembrar que aquele talvez tenha sido o primeiro time moderno do futebol brasileiro. Porque eram jogadores que jogavam numa mesma função (ou bem parecida) em seus times- a exemplo de Rivelino, do Gerson, do Pelé (embora fosse um pouco mais avançado), do Tostão, que no Cruzeiro era meia, como o Rivelino. E você pegar esse povo todo, colocar num time só e funcionar tão bem como funcionou, é uma coisa espetacular! Era um time que trazia a marcação muito para trás, fazendo com que o adversário permitisse o contra-ataque. Muitos dos gols que o Brasil fez naquela época foram de contra-ataque, na velocidade”.
1994 – PAÍS SEDE: ESTADOS UNIDOS
Pragmatismo para sair da fila
“O grande destaque dessa Seleção foi Romário. O que se comenta é que ele ganhou o Mundial sozinho, mas a gente sabe que isso não existe. O Romário estava no seu melhor momento, na sua melhor fase. O que o Romário fez naquela época foi acima da média. E isso é uma marca de todas as Seleções campeãs do Brasil: elas sempre tiveram um cara acima da média. Em 1958, Pelé e Garrincha. Em 1962, Garrincha. Em 1970, de novo Pelé. Nessa de 1994 era o Romário e, em 2002, tinha o Ronaldo e o Rivaldo. O Próprio Parreira diz que montou uma Seleção que tinha que ter máximo de segurança, porque o Brasil já não era campeão fazia 24 anos. E foi exatamente o que aconteceu”.
2002 – PAÍS SEDE: COREIA DO SUL/JAPÃO
Do caos à glória na Ásia
“Os destaques dessa Copa são, certamente, Ronaldo e Rivaldo. Mas temos que levar em consideração que o Felipão acreditou que os dois podiam jogar. Ambos vinham de contusão. O Ronaldo estava quase um ano inteiro sem jogar e o Rivaldo estava parado há quase três meses no Barcelona. Além de tudo, o Brasil inteiro estava pressionando pela convocação de Romário. O Felipão bancou o o Ronaldo no lugar do Romário e o Rivaldo como titular. Acho que essa aposta foi fundamental, os dois acabaram sendo jogadores do time e o Ronaldo ainda artilheiro da Copa”.
2014 – PAÍS SEDE: BRASIL
Expectativa para o Hexa
“A Seleção convocada agora é basicamente a mesma que vem com o Felipão desde o início de 2013, mudou muito pouco, a base é a mesma. Diferentemente de quando Felipão assumiu em 2002, que tinha uma pressão danada, pois o Brasil estava quase sendo eliminado. Acho que mesmo quando a Seleção não está bem, ela está na Copa como uma das favoritas. Até acho que o Brasil não é o melhor time deste Mundial, mas é um bom time”.
Em Fortaleza – Ganhamos, mas perdemos!
Na última sexta (04/07), durante o jogo pelas ‘quartas de final’ contra a Colômbia – na Arena Castelão, em Fortaleza -, a Seleção Brasileira ganhou a partida, mas perdeu sua grande estrela. Neymar Jr. foi brutalmente atingido por Zuñiga, jogador da Colômbia e, por conta da gravidade da lesão nas costas, está fora da Copa do Mundo. Assim como em 1962, quando o Brasil perdeu Pelé, por lesão, a Seleção fica sem sua grande estrela. Agora, o país vive a esperança de que outros craques da Seleção assumam a missão de garantir o hexacampeonato. Na terça (08/07), Brasil e Alemanha se enfrentam no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, no jogo que vale a vaga para a grande final da Copa do Mundo Fifa 2014, que acontece no domingo (13/07) no Estádio Maracanã, em Rio de Janeiro.
Serviço:
As Melhores Seleções Brasileiras de Todos os Tempos
Autor: Milton Leite
Onde: Livraria Saraiva Iguatemi Fortaleza (Washington Soares, 85 – Edson Queiroz)
Valor: R$ 29,70.
Editora: Contexto
Com informações de Maria Fernandes Moraes/Almanaque Saraiva/Edição de texto e imagens de Donny Soares
Fotos: Reprodução