Hormônio do crescimento: aliado ou vilão?

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Atualmente o hormônio do crescimento é bastante usado para tratamentos de crianças que estão abaixo da altura média para sua faixa etária, mas um novo estudo vem colocando esse tipo de tratamento em dúvidas.

Segundo pesquisadores franceses o uso de hormônios de crescimento para o tratamento de crianças está diretamente associado com um aumento no risco de derrames no início da idade adulta. E ainda acrescenta evidências, a estudos anteriores, que sugerem um aumento no risco de problemas cardíacos e cérebro-vasculares em crianças tratadas com esse tipo de hormônio.

Neste último estudo, os pesquisadores analisaram 6.874 crianças, com uma idade média de 11 anos, que eram pequenas para sua faixa etária, mas que estavam saudáveis e foram tratadas com hormônios do crescimento entre os anos de 1985 e 1996. Essas crianças foram acompanhadas pelos pesquisadores até seus 28 anos de idade.

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O resultado desta análise mostrou um total de 11 derrames no grupo, quatro destes sendo fatais. O estudo revelou que o total foi duas vezes maior que a média esperada para um grupo desse número, uma diferença estatisticamente relevante. Estes resultados, que foram publicados na “Neurology”, revista científica online, foram ainda mais impressionantes em relação ao derrame de sangue, um tipo causado pela ruptura de veias. Sua ocorrência foi sete vezes maior do que a esperada.

Entretanto, o estudo não levou em consideração pontos muito importantes que poderiam vir a influenciar os resultados. O pesquisadores admitiram que não foram levados em conta alguns dos fatores de risco, como histórico familiar e fumo.

Apesar deste resultado, o autor da pesquisa e professor de bioestatística e epidemiologia no hospital Hôtel-Dieu, em Paris, Joël Coste, afirmou que “As pessoas que consumiram hormônios do crescimento não precisam entrar em pânico ao ler esses resultados”. E disse ainda que “O médico ou o clínico que prescreveu os hormônios deve ser consultado e será capaz de informar e aconselhar os pacientes”.

Se você tem filho, familiares ou algum conhecido que faz uso do hormônio do crescimento para algum tipo de tratamento, o ideal é que o responsável pela criança procure um especialista e pergunte quais os reais riscos que ela pode vir a correr.

 

Fotos: Reprodução

 

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