Lego desencaixa da Shell

EcoFriendly|Sustentabilidade

A Shell é uma empresa multinacional petrolífera Anglo-Holandesa, que tem como principais atividades a refinação de petróleo e a extração de gás natural. Ela é a maior multinacional do mundo em termos de receita e uma das quatro maiores empresas petrolíferas.

O Grupo Lego é líder mundial no segmento de brinquedos para crianças nas faixas dos três meses aos dezesseis anos de idade e criadora dos mais famosos brinquedos de encaixar.

Essas duas empresas mantinham uma parceria desde os anos 1960, até que a Shell resolveu que irá perfurar o Ártico para exploração de óleo em 2015 e o Greenpeace resolveu se meter um pouco nessa parceria para tentar salvar o Ártico dos enormes problemas que esse tipo de exploração pode causar.

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Por mais de 800 mil anos, o gelo do Ártico é um elemento permanente do oceano. Ele está derretendo por causa do uso de combustíveis fósseis e, em um futuro próximo, o Ártico pode ficar sem gelo pela primeira vez desde que os humanos pisaram na Terra. Isso seria devastador não só para o ecossistema local, como ursos polares, morsas e outras espécies que vivem lá, mas também para o resto do mundo. O gelo no topo do mundo reflete muito do calor do Sol de volta para o espaço e, assim, mantém todo o nosso planeta resfriado, estabilizando os sistemas climáticos dos quais dependemos para cultivar alimentos.

Como então o Greenpeace agiu?

Há alguns meses ONG começou então uma campanha mundial, constrangendo a fabricante de brinquedos a tomar uma posição contrária às ações da petroleira. A campanha, que tinha como intenção passar a mensagem de que a exploração de óleo no Oceano Ártico, que está nos planos da Shell, pode representar um risco de desastres na região, contou com várias ações como:

Protesto com crianças brincando e construindo animais do Ártico em grande escala e usando peças de Lego na porta da sede da Shell em Londres

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Pequenos e poderosos protestos pelo mundo todo com voluntários vestidos de Lego contra a parceria das empresas.

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Bonecos alpinistas que realizaram um protesto ousado em um posto de gasolina miniatura da Shell na Legolândia da Dinamarca.

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Envio de mais de mais de um milhão de emails à Lego pedindo o fim de sua controversa parceria, o que mostrou a grande mobilização popular em favor da luta.

A primeira e maior ação da campanha foi um vídeo chamado “Everything is not awesome”, que brinca com a trilha sonora do filme da Lego. O vídeo mostra o Ártico, construído inteiramente com 120 kg de peças de brinquedo, sendo tomado por um derramamento gigante de óleo que afoga todos os personagens, e afirma que a Lego estaria “poluindo a imaginação das crianças”.

[youtube width=”850″ height=”580″]https://www.youtube.com/watch?v=qhbliUq0_r4[/youtube]

Com grande cobertura da mídia e mais de seis milhões de visualizações, o vídeo foi rapidamente retirado do YouTube devido a uma alegação de “copyright”. No entanto, ele foi disponibilizado novamente após 18 horas.

Após toda essa pressão do Greenpeace, Jørgen Vig Knudstorp, presidente do Grupo Lego, divulgou uma nota anunciando o fim da parceria com a Shell. No comunicado, o empresário afirma que está determinado a deixar um “impacto positivo na sociedade e para o planeta, que será herdado pelas crianças” e, por isso, o contrato não será renovado.

Para o Greenpeace, “o resultado é uma vitória também para milhões de pessoas que se importam com a proteção do Ártico”. Afinal, proteger o Ártico significa proteger a todos nós.

 

Fotos: Greenpeace/Reprodução

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