A “dieta ocidental” e suas consequências no aprendizado dos jovens

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Que uma alimentação balanceada e a base de frutas, legumes e vegetais é extremamente importante para o crescimento e saúde de crianças e jovens nós já sabemos. Mas você sabia que a alimentação também pode influenciar no aprendizado, memória e função psicomotora deles?

Segundo estudo liderado pela Universidade da Austrália Ocidental e pelo Instituto Telethon, adolescentes com um consumo elevado de comida do tipo fast food, carne vermelha e processada, refrigerantes e frituras tiveram um desempenho mais baixo em tarefas cognitivas, particularmente aquelas que envolveram tempo de reação, função psicomotora, atenção visual, aprendizado e memória.

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De acordo com Anett Nyaradi, a cientista que liderou a pesquisa, os participantes do estudo com uma alta ingestão de frutas e vegetais tiveram melhor desempenho cognitivo. Segundo ela, isso pode ser devido ao aumento do conteúdo de micronutrientes, que inclui o ácido fólico dos vegetais verdes, que pesquisas anteriores ligaram ao desenvolvimento cognitivo aprimorado.

A pesquisa contou com 602 participantes que preencheram um questionário de frequência alimentar aos 14 anos e foram submetidos a uma bateria de tarefas cognitivas três anos depois.

Para a Dra. Nyaradi, vários fatores podem estar em jogo neste declínio das habilidades cognitivas relacionado à dieta, incluindo o nível de ácidos graxos ômega-6 em alimentos fritos e carne vermelha. As vias metabólicas funcionam melhor com uma relação equilibrada de ácidos ômega-3 e ômega-6, mas a dieta ocidental pode mudar isto a uma proporção de 1:20 ou 1:25.

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A alta ingestão de carboidratos simples e gorduras saturadas estão associadas com alterações no funcionamento do hipocampo, estrutura cerebral com envolvimento central na aprendizagem e memória que aumenta o seu volume durante a adolescência.

“A adolescência representa um período crítico para o desenvolvimento cerebral. É possível que a má alimentação seja um fator de risco significativo durante este período. Nossos resultados suportam esta proposição”, explica a cientista.

E atenção com os salgadinhos, eles são um problema em especial. Seu alto consumo foi significativamente associado com tempos de reação mais longos em tarefas de detecção.

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A análise da dieta como um todo é uma novidade nesse novo estudo, já que os estudos anteriores se concentravam apenas em nutrientes individuais. Segundo os pesquisadores, esta abordagem holística permite maiores oportunidades para intervenções de saúde pública. “Estes resultados têm implicações importantes para as políticas de saúde futuras e programas de promoção da saúde”, sugere a doutora.

 

Fotos: Reprodução

 

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