A gestação, a espera pelo filho é um momento mágico para maioria das mulheres. A expectativa em torno do sexo do bebê, como ele será e com quem será parecido é muito grande, porém todas desejam que ele venha com muita saúde.
Muitas vezes por falta de maiores informações em relação aos tipos de parto, as futuras mamães acabam acatando sem nenhum tipo de questionamento a forma que os médicos escolhem para trazer seus bebês ao mundo.
Porém, essa escolha deve ser feita com muito cuidado. Cada vez mais médicos estão optando por cesarianas sem que exista nenhuma necessidade para isso e sem pesar os riscos que esse parto pode trazer. Afinal, ter uma cirurgia agendada com hora certa é muito mais prático e cômodo do que um parto normal, que não tem hora certa e pode acontecer a qualquer momento, não é mesmo?
A “epidemia das cesarianas”, como está sendo chamado esse crescente número de partos cesarianos em frente aos partos normais, vem preocupando bastante o Ministério da Saúde.
Nos hospitais particulares de São Paulo apenas um em cada três partos foi normal. Quando falamos de Brasil, esses números ficam ainda mais assustadores, de cada cem bebês, 84 nasceram de parto cesariano.
Para mudar isso, a Agência Nacional de Saúde Suplementar, que regula os planos de saúde, está propondo que a mulher tenha mais informação sobre os dois tipos de parto.
O alerta maior vai para as mamães que pretendem ter seus filhos em hospitais particulares. Em São Paulo, dos 38.567 bebês que nasceram na rede particular entre janeiro a maio deste ano, foram 5.435 partos normais e 33.132 cesarianas.
Já na rede pública esses números mudam drasticamente. Neste mesmo período, dos 45.694 bebês que nasceram em hospitais da rede pública de São Paulo, 30.272 foram de partos normais e 15.422 por cesarianas.
“Não se pode demonizar o obstetra exclusivamente como sendo responsável por esse número de cesárea. As maternidades têm que estar mais preparadas para oferecer acomodações aconchegantes. É muito importante também que as mulheres que vão dar à luz, as parturientes estejam educadas e aceitem todo o processo pelo qual vão passar”, orienta César Eduardo Fernandes, diretor da Sociedade de Ginecologia Obstetrícia de SP.
Ainda segundo o médico, quando feita desnecessariamente, a cesárea pode aumentar muito o risco de problemas respiratórios no bebê.
Cientistas da Universidade de Aarhus analisaram dados obtidos de 34 mil partos e concluíram que os que optaram pela cesariana, mães ou médicos, em vez do parto normal aumentaram em até quatro vezes o risco de seus bebês apresentarem problemas no pulmão. No estudo, publicado no British Medical Journal, os pesquisadores salientam que os riscos podem ser menores se a cesariana for feita de emergência e não por escolha.
Um dos hospitais mais importantes de São Paulo, o Albert Einstein também está preocupado com esse aumento das cesáreas. Em parceria com o Ministério da Saúde, o hospital começa um curso em 2015 para treinar médicos do SUS e da rede particular.
Com a ajuda de um instrutor e uma atriz, os médicos vão aprender a fazer todos os processos de um parto normal. Na simulação, é usado um modelo de barriga e pélvis, que tem um bebê dentro. Ele só nasce se o médico fizer todo o procedimento correto.
Para as futuras mamães fica a dica, não deixem de pesquisar sobre os dois tipos de parto, os benefícios e os riscos de cada um deles. E fique atenta, Se o seu médico não lhe der um motivo e uma razão sensatos, você não é obrigada a aceitar fazer um parto cesariano.
Se for preciso, pesquise também sobre os médicos ou até troque o seu. O mais importante aqui é o bem estar, tanto do bebê quanto o da mamãe!
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