No começo do ano, o No Pátio postou aqui que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estava discutindo a liberação ou não do uso do canabidiol medicinal, substância derivada da planta Cannabis Sativa, mais conhecida como maconha. Na ocasião, a substância estava tendo sua reclassificação estudada já que seu consumo era proibido em toda e qualquer instância.
Após uma série de pesquisas e discussões, a Anvisa resolver liberar o uso do canabidiol medicinal, porém, não é motivo para se alegrar ou alarmar. O consumo da maconha ainda permanece proibido no Brasil.
Em estudos preliminares, o uso do canabidiol medicinal mostrou-se extremamente eficiente no tratamento de doenças neurológicas como esclerose múltipla, mal de Parkinson, determinados tipos de câncer, entre outras. Acontece que essa substância não tem ligação com nenhum elemento psicoativo da erva, ou seja, ela não dá “barato” e muito menos, causa dependência. Por isso, seu uso pode beneficiar principalmente crianças com quadros graves de convulsões – que seriam amenizadas – e idosos.
Com a reclassificação, o canabidiol não mais consta na chamada Lista E, que é a lista de plantas que podem originar substâncias entorpecentes e psicotrópicas, e menos ainda da Lista F, que são substâncias de uso proibido no Brasil, de entorpecentes e psicotrópicos. Agora,a substância passará a figura na Lista C1, que é uma lista de remédios controlados e que só podem ser comprados através de receitas médicas específicas. Desde o ano passado, o Conselho Federal de Medicina autorizou a prescrição médica, por neurocirurgiões e psiquiatras, de produtos à base de canabidiol para para crianças e adolescentes com epilepsia, isso em caso de os tratamentos convencionais não terem surtido efeito.
Entretanto, o acesso ao medicamento à base de canabidiol não será tão simples de conseguir. No Brasil, ainda não existem medicamentos fabricados com canabidiol. A família do paciente terá que pedir autorização para importar produtos à base da substância, porque eles ainda contêm níveis de tetraidrocanabiol que, apesar de bastante baixos, ainda não são nulos. E é exatamente essa substância o principal elemento psicoativo da maconha; e que, claro, continua expressamente proibida tanto seu consumo quanto sua venda no Brasil.
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