Uma das maiores preocupações atuais do governo japonês é um novo fenômeno local que vem sendo conhecido como “Síndrome do Celibato”. Esse fenômeno é a falta de interesse dos japoneses por relacionamentos convencionais.
Isso inclui também o desinteresse por namoro e sexo.
O Japão possui uma das menores taxas de natalidade do mundo e este fenômeno vem piorando ainda mais essa situação. De acordo com projeções feitas no país, sua população, que vem diminuindo gradativamente nos últimos dez anos, corre o risco de ser reduzida em 30% até 2060.
Em relação a queda da taxa de natalidade, além do desinteresse pelo sexo, o que vem contribuindo para isso é a decisão da mulher de não ter filhos para poder seguir com sua carreira profissional, já que no mundo corporativo japonês é quase impossível que a mulher consiga combinar carreira e família.
Cerca de 70% das mulheres japonesas deixam seus empregos após o nascimento do primeiro filho. Sendo assim, ter filhos acaba sendo associado ao fim da carreira para elas.
Quando o assunto é o desinteresse por sexo, uma das maiores culpadas pela situação são as longas jornadas de trabalho dos japoneses.
De acordo com o mais recente estudo da Associação Japonesa de Planejamento Familiar (JFPA), baseado em uma pesquisa com 3.000 pessoas, um em cada cinco homens casados entrevistados afirmava estar “cansado demais” para ter relações sexuais depois do trabalho, e quase 16% alegavam que tinham se tornado sexualmente inativos depois de sua parceira ter dado à luz.
Essa tendência chama ainda mais atenção quando se trata de homens jovens, na faixa entre 25 e 29 anos. 20% dos entrevistados nessa faixa etária afirmaram que o sexo “não interessa”.
Segundo o sociólogo Masahiro Morioka, os homens deste grupo são “jovens que não têm uma atitude positiva para o amor e o sexo”. “São homens sensíveis, tímidos e inexperientes que gostariam de sair com garotas, mas que não querem adotar os típicos papéis masculinos para conseguir este objetivo”, explicou Morioka.
Ainda de acordo com o estudo, 48,1% dos homens e 50,1% das mulheres japonesas não tiveram relações sexuais no último mês, daí o nome “síndrome do celibato”, dado pela imprensa local.
Além das longas jornadas de trabalho, alguns homens chegam a trabalhar 20 horas por dia, existem também fatores econômicos e sociais que bloqueiam as pessoas na hora de embarcar em relações sexuais ou de começarem uma relação sentimental.
Já foi iniciada uma estratégia do governo japonês para apoiar a maternidade, mas em relação ao sexo, ainda não foram apresentadas medidas para encorajar os japoneses a fazer mais amor.
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