Todos sabem que a água potável é um recurso que está ficando cada vez mais escasso, não é verdade? Estima-se, inclusive que, daqui a alguns anos, este precioso recurso seja mais valioso, inclusive do que o ouro, tamanha a dificuldade de encontrá-la. Então, tudo o que fizermos hoje, no sentido de preservar e utilizar de forma correta a água é mais do que válido. E a Assembleia Legislativa está de olho nisso.
A Comissão de Desenvolvimento Regional, Recursos Hídricos, Minas e Pesca (CDRRHMP) enviará ofício à Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) para saber o custo e cronograma do projeto de reúso de água para utilização no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).
O encaminhamento foi tomado durante a audiência pública, realizada nesta terça-feira (16/06), no Complexo das Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa para discutir o assunto. Segundo o deputado Elmano Freitas (PT), autor do ofício, a ideia é de ampliar a experiência da Cearáportos, que já pratica o reúso da água no Terminal Portuário do Pecém.
O parlamentar destacou a importância do debate para se chegar a um consenso sobre o uso racional da água no Ceará, já que, em 2016, a previsão da Funceme é de mais um ano de estiagem. “Esse debate é essencial para garantir o que diz a lei, que a prioridade da água é para o consumo humano”, afirmou.
Ronner Braga Gondim, superintendente de sustentabilidade da Cagece, informou que desde 2005 existe um estudo para utilizar a água dos efluentes da Cagece para reúso industrial, principalmente no uso sanitário e na área de jardim do Porto do Pecém. “Israel, por exemplo, reutiliza 83% por cento da água. O esgotamento sanitário é de fácil tratamento”, garantiu. Segundo Ronner Braga, estão sendo realizados estudos para verificar a viabilidade do projeto de levar a água do esgotamento de Fortaleza para Pecém, numa distância de 40 km.
A promotora de Justiça, Maria do Socorro Brilhante, do Centro Operacional do Meio Ambiente, do Ministério Público do Ceará, se disse preocupada com a situação da seca que, segundo ela, já é uma realidade na região dos Inhamuns. A magistrada sugeriu como alternativa a dessalinização da água do mar, tendo em vista que o Porto do Pecém já está localizado a beira do oceano. “É necessário mudar a cultura do nosso Estado sobre o reúso da água, mas também devem ser encontradas outras alternativas porque nosso recurso hídrico é caríssimo”, pontuou.
José Maria Arruda Filho, coordenador de engenharia e projetos da Cearáportos, disse que já existe o reúso da água no local, o que deixa a Cearaportos prevenida contra a estiagem. “A água utilizada na Cearáporto tem a pureza exigida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e estamos com o projeto funcionando há três anos sem qualquer problema”, informou.
Nomes como Bruno Rebouças, analista de recursos hídricos da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh); Sílvio Carlos Ribeiro, diretor de agronegócio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece); Carlos Alberto Mendes Jr, da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace); também estiveram presentes no debate.
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