Brasileiros confiam na ciência, mas não conhecem os cientistas

Comportamento|Pesquisas


Quase 80% da população brasileira defende que mais verbas devem ser destinadas às pesquisas. Os brasileiros dizem se interessar mais por ciência do que por esporte, política ou arte e o grau de confiança em relação aos cientistas que trabalham em instituições públicas (no Brasil, eles são a maioria absoluta da classe) supera o de jornalistas, médicos e religiosos.

No entanto, uma pesquisa divulgada na semana passada durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece na Universidade Federal de São Carlos, revelou que somente 6% dos brasileiros recordam o nome de um pesquisador do país – como o da neurocientista Suzana Herculano Houzel de 43 anos, a primeira brasileira a dar uma palestra na prestigiada Conferência TED Global.

“O fato é que, infelizmente, não temos celebridades da ciência”, resumiu Aldo Rebelo, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, ao apresentar os dados do levantamento, onde apenas 13% dos entrevistados conseguiram apontar o nome de um órgão de pesquisa nacional.

ciência 2Durante a investigação foram ouvidas quase 2.000 pessoas com 16 anos ou mais, em todas as regiões do País. Dos entrevistados quase três quartos disseram que a ciência traz apenas benefícios ou mais benefícios do que malefícios. Parece um nível de otimismo elevado em relação ao tema, se for comparado ao que existe na China, nos Estados Unidos (67%), na Espanha (64%) e na França (43%). Embora seja um otimismo pragmático, já que a maioria espera que as descobertas melhorem a vida das pessoas e façam com que a indústria se torne mais produtiva, por exemplo.

Faz sentido por isso mesmo, que 51,9% considerem que a medicina deve ter prioridade nos investimentos, seguida das energias alternativas e das mudanças climáticas.

 

Fotos:Reprodução. 

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