Um estudo publicado pela revista médica britânica “The Lancet Oncology Journal” revelou que o uso de anticoncepcionais orais protege, a longo prazo, o desenvolvimento de câncer no endométrio, o tipo de tumor uterino mais comum no mundo – somente na última década foram prevenidos 200 mil casos.
Para concluir a pesquisa, um grupo de cientistas especialistas em epidemiologia da Universidade de Oxford analisaram dados de 27.276 mulheres com câncer no endométrio e de 115.743 mulheres saudáveis, constatando que nos últimos 50 anos foram evitados 400 mil casos desse tipo de câncer nos países de renda mais alta, graças às pílulas anticoncepcionais.
A principal pesquisadora do projeto e líder em estudos internacionais sobre câncer de mama, ovários e endométrio, Valerie Beral, explicou que o “efeito protetor” do anticoncepcional se mantém com o tempo e dura por muitas décadas. “As mulheres de 20 anos ou inclusive mais jovens seguem se beneficiando dos efeitos aos 50, quando a aparição de câncer é mais comum”, disse Valerie.
A cientista acrescentou ainda que outras pesquisas realizadas anteriormente já comprovaram a eficácia da pílula, que contém hormônios para prevenir a gravidez, na proteção contra o câncer de ovário, afirmando que “o povo costuma se preocupar porque acredita que os anticoncepcionais causam câncer, mas a longo prazo a pílula reduz o risco de contraí-lo”.
Segundo a pesquisa, a cada cinco anos de uso de contraceptivos orais, as chances de desenvolver câncer no endométrio são reduzidas em cerca de um quarto. Devido aos altos hormônios da pílula, a quantidade de estrogênio natural que circula no corpo cai e reduz o risco de desenvolver a enfermidade.
Para alcançar esses resultados, os pesquisadores reuniram dados de 36 estudos elaborados em diferentes áreas do mundo, entre as quais se incluem América do Norte, Europa, Ásia, Austrália e África do Sul, a maior amostra epidemiológica reunida até o momento.
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