Estudo avalia impacto de acordar cedo no rendimento escolar

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Você entra no quarto do seu filho, avisa que está na hora de se aprontar para ir à escola, insiste, acende a luz, abre a janela, mas ele resmunga e implora por mais cinco minutinhos de sono. Que família nunca passou por isso? Segundo um relatório divulgado no início deste mês pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, o início das aulas nas primeiras horas da manhã é prejudicial às horas de sono e, consequentemente, ao desempenho escolar.

A investigação constatou que apenas uma em cada seis escolas americanas de Ensino Fundamental e Médio começa suas aulas às 8h30min ou depois, horário recomendado pela Academia Americana de Pediatria. Em média, dois terços dos adolescentes não dormem a quantidade de horas considerada suficiente (nove horas) para uma boa recuperação das atividades diárias.

Pesquisas anteriores já revelaram que a privação do sono provoca alterações no metabolismo, como predisposição à depressão, obesidade e diabetes, gerando também aumento da ansiedade, da irritabilidade e de queda na concentração.

Sono 2No Brasil a situação não é diferente. As aulas geralmente se iniciam em torno das 7h30min, e há relatos de alunos sobre problemas com o sono. “É uma dificuldade que enfrentamos aqui também. Os horários, como estão organizados hoje, não permitem aos estudantes dormirem o que precisam de verdade. Não é apenas porque eles não querem dormir mais cedo. Tem uma tendência biológica envolvida”, diz Fernando Louzada, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especialista na ciência do sono e suas relações com a aprendizagem e o desempenho escolar.

Crianças pequenas e idosos costumam ser mais matutinos, enquanto adolescentes geralmente estão vivenciando uma fase de transição, em que o comportamento vespertino ganha força.

Alguns especialistas defendem que não é preciso modificar todo o sistema de ensino, mas atrasar em meia hora o início das aulas já seria uma mudança importante para a qualidade de vida dos estudantes.

 

 

Fotos: Reprodução. 

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