Todos sabem que as mulheres sofrem abusos diariamente nas ruas. Entre tolerar cantadas grosseiras e piadas invasivas de desconhecidos, vivendo com a ameaça constante de não serem apenas assaltadas em certas ocasiões de violência e insegurança, mas também estupradas, o posicionamento da maioria é o silêncio diante do medo da violência que possam vir a sofrer.
Relatos machistas e de abusos contra a mulher chegaram muitas vezes nos ouvidos da jornalista Babi Souza, até que há cerca de um mês, ela decidiu criar um movimento chamado “Vamos Juntas?”, com a intenção de unir mulheres desconhecidas para inibir o assédio e a violência nas ruas das cidades.
A campanha, que surgiu inicialmente em Porto Alegre, se espalhou rapidamente por todo o país e sua página no facebook logo ultrapassou o número de 178 mil seguidoras. A idealizadora do movimento diz que estudou colaborativismo e empreendedorismo social para “reclamar menos” e pensar em ações para melhorar o mundo. Ela diz que a ideia surgiu ao descer de um ônibus cheio de mulheres, em um ponto do centro da capital gaúcha muito conhecido pelos assaltos. Percebendo que todas as mulheres andavam depressa, mas dispersas, a jornalista pensou: “Porque não vamos juntas?”, conta.
“Na próxima vez que estiver em uma situação de risco, observe: do seu lado pode estar outra mulher passando pela mesma insegurança. Que tal irem juntas?”. É o que consta na descrição da página no facebook, onde é possível encontrar diversos relatos de mulheres que já passaram por alguma situação de perigo, mas que puderam contar com a ajuda de alguém.
O projeto cresceu e a jornalista conta com a ajuda de voluntárias para administrar a página na rede social. Babi diz acreditar que o movimento pode ajudar a despertar compaixão e empatia entre o público feminino. Também foram abertos grupos online para cada região do país, onde é possível trocar experiências e combinar “caronas”.
O No Pátio quer saber a sua opinião sobre a campanha “Vamos juntas?”. Conta para a gente…
Fotos: Reprodução.