Com a economia do país passando por um delicado momento, a inflação acelerando, juros subindo e o mercado de trabalho gerando um número menor de postos, os consumidores de Fortaleza estão mais cautelosos e preocupados na hora de fazer compras.
De acordo com o último levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), o percentual de consumidores que achavam o momento propício para realizar compras diminuiu.
A taxa de pretensão de compras, que era de 36,1% em agosto – considerando a expectativa dos consumidores que percebiam então o momento como ótimo ou bom para a compra de bens duráveis – caiu para 34,7% este mês. A taxa está bem abaixo do número registrado no mesmo período do ano passado.
O cenário de consumo atualmente está caracterizado pela queda nas vendas e pelo acúmulo de estoques. A situação é ainda pior para os segmentos cuja demanda guarda maior dependência com as condições de crédito e de otimismo por parte dos consumidores. Não por acaso, as perdas nos ramos automotivo (-15,6%) e de móveis e eletrodomésticos (-11,3%) lideram a queda nas vendas do varejo em 2015.
Para não perder as vendas, comerciantes vêm buscando alternativas para amortecer os impactos negativos da atual recessão econômica no tocante ao consumo de bens, estendendo cada vez mais os prazos de pagamento e apostando nas promoções para liquidar os estoques, na tentativa de minimizar as perdas de um ano difícil. Especialistas, entretanto, advertem que não se deve esquecer que o valor da maioria dos itens que constam no orçamento das famílias aumentará ao longo do tempo, o que exigirá uma revisão constante por parte delas em relação a quanto poderão gastar a cada mês. Para o professor de economia da Unicamp, Claudio Dedecca, mais do que o aumento do desemprego, a perda de renda do trabalhador será a grande ferramenta de ajuste da economia.
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