À primeira vista a pornografia pode ser tão viciante quanto à cocaína, permitindo que o cérebro libere os mesmos elementos químicos de prazer que as drogas. No entanto, os mais crescidinhos que são fãs assíduos de pornografia devem ficar em alerta: um estudo realizado pelo Mac Planck Institute for Human Development, nos Estados Unidos, revelou quais são as reações do nosso cérebro quando temos acesso a esse tipo de conteúdo em excesso. E as reações não são tão boas quanto às sensações!
A pesquisa dirigida por Simone Kuhn e Jurgen Gallinat, avaliou a relação entre aquelas horinhas desprendidas em websites adultos e o volume de massa cinzenta contida no cérebro, descobrindo que a parte do cérebro que é ativada quando as pessoas se sentem motivadas ou recompensadas, nesse momento encolhe e funciona de forma menos eficiente.
Para a investigação foram analisados 64 homens saudáveis, com idades entre 21 e 45 anos, que também foram submetidos a um exame de ressonância magnética do cérebro para medir seu volume e observar como ele reagia às imagens pornográficas. O que foi encontrado foi uma relação negativa entre a pornografia e uma região chamada porstriatum, que é responsável pelo sistema de recompensa.
Notou-se também que o alto consumo de vídeos pornôs diminui a comunicação entre essa área de recompensa e o pré-córtex, que juntos administram motivações e comandam desejos. Portanto, quanto maior for o consumo, maiores estímulos serão necessários para que esse sistema seja ativado.
“Esses efeitos poderiam incluir mudanças na plasticidade neuronal resultante de intensa estimulação no centro do prazer”, disseram os pesquisadores em publicação da edição online da revista “JAMA Psychiatry”, da Associação Médica Americana.
Já para os voluntários que se abstiveram desse tipo de conteúdo em comparação com aqueles que acessavam regularmente vídeos ou viam imagens de conteúdo sexual, os pesquisadores encontraram diferenças notáveis.
A conclusão do estudo é que a queda dessa conectividade é um sintoma de uma experiência dependente – e isso é mais sério do que suspeitávamos.
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