O Brasil já passou por alguns períodos de recessão, como nos anos de 2009, 2007 e 1999, por exemplo, sendo que o mais longo deles ocorreu na década de 80, com o fim da ditadura militar e a implantação do regime democrático. À época, os brasileiros enfrentaram longos momentos de inflação e assistiram ao crescimento descontrolado da dívida externa do país.
No atual cenário de recessão, o consumo das famílias passa por um momento de desaceleração, tanto pelo fim dos programas de incentivo ao consumo quanto pela menor oferta de crédito. Nos supermercados de Fortaleza, pode ser observado que o preço de alguns produtos está sofrendo uma variação de até 130%, de acordo com uma recente pesquisa divulgada pelo Procon Fortaleza.
O aumento dos custos com a alimentação foi o mais sentido pelos fortalezenses no último ano, conforme revelam os dados do Procon. Os itens de alimentação que apresentaram as maiores variações são: batata, que pode chegar a uma diferença de 130% entre os supermercados mais caros e os mais baratos, indo de R$1,99 a R$4,59; o tomate, que pode variar até 119% de um estabelecimento para outro (R$3,19 a R$6,99); e a farinha de mandioca. O produto, comum no cardápio dos cearenses, pode variar até 99,46% entre o mais em conta e o mais caro, indo de R$1,85 a R$3,69.
E não foram só os alimentos que sofreram aumento de preço. Loterias, energia elétrica, combustíveis e até os serviços prestados por cabeleireiros também tiveram o preço elevado na capital.
Mesmo com a diminuição do consumo devido ao atual quadro econômico do país, as empresas, de um modo geral, não têm buscado reduzir os preços de produtos e serviços para aumentar o índice de vendas e, apesar da desaceleração da inflação no Brasil em agosto passado, na comparação com o mês de julho, Fortaleza teve o 3º maior aumento do índice no período, conforme dados do IBGE.
Fotos: Reprodução.