Seja mística, nostálgica, dançante ou mais calma, quem nunca entrou em uma loja e se pegou cantarolando a música que ecoa pelo espaço? Pois saiba que aquele som delicioso não foi selecionado por acaso e tem um peso muito grande na composição e identificação da marca. É o que os estudiosos chamam de Music Branding e que os jovens empreendedores Juli Baldi, 27 anos, e Rafael Achutti, 32 anos, transformaram em negócio.
O Bananas Music Branding nasceu em 2013, em Porto Alegre, como uma agência especializada em curadoria e estratégia musical para marcas. A empresa é responsável pela oferta de um leque diferenciado de serviços, que vai de trilha para lojas a rádio web, passando por projetos especiais, canais de streaming, conteúdo musical, discotecagem e eventos. Na carteira de clientes, nomes como Youcom, Gang, Warner Music Brasil, Insecta Shoes, ESPM, Philips, Amstel, Nissan, Intimus, Ford, Shopping Iguatemi de Porto Alegre, entre outros.
Hoje, cada vez mais profissionais de marketing estão descobrindo que as marcas que criam uma conexão emocional com os consumidores são muito mais fortes do que aquelas que não o fazem. Um music branding eficiente cria uma autêntica ligação afetiva com uma marca, estimula e catalisa as experiências vividas pelos consumidores e as utiliza como fator preponderante nos processos de decisão de compra em vários aspectos.
Pensando assim, Juli Baldi diz que o Bananas Music Branding é a vitamina para marcas que acreditam que a música importa.
O nome Bananas, aliás, não foi escolhido à toa. Foi mergulhando na coleção de vinis que a dupla encontrou o LP de lançamento do Velvet Underground, de 1965, cuja capa apresentava uma banana desenhada por Andy Warhol. Era a inspiração que eles precisavam para batizar a startup, que nasceu da observação dos sócios da necessidade de lojas e restaurantes adotarem músicas que combinassem com o ambiente e o perfil do negócio.
Juli entendia de música, era comunicadora de rádio e discotecava, enquanto Rafael tinha uma banda e entendia de marketing e publicidade. Da soma das duas habilidades nasceu a startup. E entre erros e acertos que a Bananas Music criou um software para armazenamento e distribuição do som, capaz de ser atualizado via Internet.
A ferramenta ajudou a empresa a trabalhar com grandes cadeias e para todo o Brasil, já que via CD ou pendrive seria praticamente impossível. O preço varia de acordo com o tamanho da rede. O teto é R$350 mensais para um único ponto de venda, valor que pode cair para R$59, para uma rede.
No início de 2017, o Bananas colocará no mercado um novo serviço, um sistema de cruzamento de dados que permitirá às marcas saber qual o impacto real da música nas vendas. “Será possível cruzar a música que toca na loja, com o fluxo de clientes, o tempo de permanência e o volume de compras”, explica Rafael.
Segundo o Sebrae, cerca de 93 mil pequenos negócios no Brasil atuam com negócios que envolvem música. Nesse cenário de oportunidades, claro que bons empreendedores iriam aproveitar para transformar a paixão por música em negócio, não é mesmo?
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