A periferia em cena. “A Rua é Noiz”, do Instituto Katiana Pena (IKP), tem primeira apresentação no Centro Cultural Bom Jardim, no Teatro Marcus Miranda, dias 13 e 14, às 20h. O espetáculo desenha uma cartografia do Bom Jardim e de outros bairros da periferia, em defesa da dignidade da vida. Como cenário de uma grande tragédia ocorrida no início do ano e que vem tido reverberação nacional na Justiça e pelos direitos LGBTs, o “A Rua É Noiz” faz uma homenagem à Dandara, travesti assassinada.
O espetáculo é retrato e imersão pelas danças nas ruas do Bom Jardim. A convite da companhia de dança do IKP, Ícaro Amorim, apoiador do projeto e morador do bairro, descreve “A Rua É Noiz” como um “um domingo no bairro, com roupas estendidas em varais multicores e com Diana tocando na radiola enorme da sala de casa ou Emicida mandando a letra nos IPhones hi-techs. Uma sensação de gente com amor pela vida e cuidado acolhedor pelos vizinhos de longa data. É um espetáculo HAP, porque tem ritmo e poesia, e happy porque é feliz do tipo Mc Marcinho”.
O Centro Cultural Bom Jardim foi lugar escolhido para a primeira apresentação da peça, depois da estreia, por ser a segunda casa do Instituto, segundo a fundadora Katiana Pena. Lá o estúdio de dança teve sua fase embrionária, onde bailarinas e bailarinos que hoje integram o IKP tiveram suas primeiras vivências na arte da dança e da expressão corporal, no balé como expressão de suas vidas, uma forte marca do IKP. ” Nosso espetáculo é coisa séria e fala de problemas sociais sim. Eles existem. Estão aqui. A gente os sente na pele, na hora do almoço, quando cai a chuva. Por isso nosso corpo pede mudança e manifesta-se pela igualdade de raça e gênero”, finaliza Ícaro Amorim.
Serviço:
“A Rua É Noiz” em dois dias de apresentação no CCBJ
Dias 13 e 14 de setembro, quarta e quinta, às 20h, no Teatro Marcus Miranda
Centro Cultural Bom Jardim (Rua 3 Corações, 400 – Bom Jardim)
Fotos: Reprodução