Acabou Chorare, o livro

Cultura|Livros

Uma série de textos e projetos visuais que reinterpretam, recriam ou se inspiram nas composições de um clássico LP dos Novos Baianos. Para revelar riquezas ainda escondidas e jogar novas luzes sobre a obra que assumiu importância fundamental na história da música e da própria cultura brasileira das últimas décadas, foi lançado o livro Acabou Chorare. Com textos de Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, Xico Sá, Evando Nascimento, Carlos Rennó, Hermano Vianna, Beatriz Azevedo, André Masseno e Fred Góes, a obra ainda traz artes de Vik Muniz, Tulipa Ruiz, Opavivará!, Joana César, Alemão, Odyr, Domenico Lancellotti, André Vallias, Bel Borba e Gen Duarte.

A pesquisadora Ana de Oliveira convidou artistas, escritores, compositores e intelectuais de diferentes vertentes para compor a obra, que inclui poema, crônica, prosa poética, análise comparativa, conto, pintura, desenho, grafite, colagem e arte digital. Essa pluralidade um tanto caótica acaba por representar a insólita experiência coletiva dos Novos Baianos e a época do lançamento do disco. “Nesse contexto de contradições, impasses e pirações, os Novos Baianos formavam uma das mais belas e autênticas simbioses da música com a vida”, continua Ana.

Dessa forma a obra traz nova Luz e revelam novos significados para o célebre disco dos Novos Baianos. “De pós-tropicalistas, cabeludos e desbundados, eles passaram a artistas de grande luminosidade na constelação musical da época, com uma proposta modernizadora em termos sonoros, artísticos, poéticos e comportamentais. Numa conjuntura repressora como a do Brasil naquele momento, tornaram-se símbolo, mais do que de resistência, de afirmação da própria existência”, afirma a pesquisadora.

Acabou Chorare, o livro, foi concretizado com patrocínio do Ministério da Cultura e Ashland. O projeto gráfico de tem a assinatura de André Vallias e é inspirado nas publicações alternativas das décadas de 1970 e 1980. “Há nele um quê de almanaque udigrudi, confluindo para a cultura digital dos anos seguintes e a recente valorização dos processos artesanais”, comenta o artista.

Fotos: Reprodução

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