Para muitas mulheres a caminho do treino, a realidade é triste. Isso porque, devido às roupas mais justas e/ou curtas, típicas de academia, muitos homens se sentem no direito de fazer piadinhas, soltarem cantadas ou mesmo falarem qualquer coisa desnecessária. Isso quando não acham que podem passar dos limites e tocar no corpo da mulher, só por ela estar de roupa de academia. Então, o assédio sofrido pelas mulheres nesta situação é tão grande que virou motivo de pesquisa para uma rede de academias. E, acreditem: o resultado foi impressionante!
A rede SmartFit, em parceria com a Opinion Box, realizou uma pesquisa para a campanha do Dia da Mulher, intitulada #DeixaElaTreinar. Foram ouvidas 1050 mulheres a caminho do treino em todos os estados do Brasil. Destas, 54% declararam já ter ouvidos piadinhas e cantadas que a deixaram desconfortáveis durante o percurso até a academia. Dentre os comentários, elas ouviram frases como “Que beleza, hein, morena?”, “Tira esse shortinho”, “Vai pra onde com essa bunda?” e “Se eu te pego, faço um estrago”. Muitas declararam, ainda, que já deixaram de vestir uma roupa que elas gostavam por medo de ouvir algum comentário masculino no caminho.
O que as mulheres a caminho do treino escutam…
Mas, além da pesquisa, a SmartFit ainda gravou mulheres que estavam indo para a academia. Então, com a ajuda de uma câmera escondida, foram filmados os mais diferentes tipos de assédio sofrido por elas no percurso feito a pé. Além de olhares invasivos, é possível ouvir assobios, buzinas e muitas falas machistas. Confira só o resultado:
Renata Ursaia, que além de participar do vídeo ainda é a diretora dele, além de uma das idealizadoras do projeto, comentou que é difícil estar sempre se questionando sobre que roupa usar para algo tão simples quanto ir para a academia. “Participar da ação foi apenas comprovar o que costumo passar no meu cotidiano. As pessoas têm que entender que nosso corpo não é um convite. Nós queremos andar livres, independentemente da roupa que estamos usando. É péssimo você andar na rua e se sentir um pedaço de carne” .
Então, em pleno mês do Dia Internacional da Mulher, mais do que flores, é melhor dar a elas o simples direito de, mais do que treinar, simplesmente poder ir e vir em paz, não acham?
Fotos e vídeo: Reprodução