O Brasil tem uma contradição bem triste: Por um lado, temos várias pessoas interessadas em adotar crianças. Por outro lado, também temos várias crianças vivendo em abrigos à espera de serem adotadas. mas infelizmente, os trâmites para se adotar uma criança no país são burocráticos e muita gente desiste pelo caminho. Em caso de adotantes LGBTs o processo é ainda mais difícil. Mas uma mulher trans enfrentou e superou todos os obstáculos e conseguiu adotar!
Alexya Salvador é uma mulher trans de 37 anos. Ela sempre foi uma pioneira. Isso porque ela é a primeira reverenda trans da América Latina. E agora, também é a primeira pessoa transgênero a conseguir completar o processo de adoção no Brasil. Hoje em dia, ela é mãe de 3 crianças. Inclusive, dois deles também são crianças trans. “Sempre tive o sonho de ter filhos. Vim de uma família muito grande e, desde muito jovem, dizia que queria ter pelo menos três. Mas não imaginava que eu seria mãe, muito menos que eu seria a mulher que eu sou hoje. Quando me casei com o Roberto, há 12 anos, fomos nutrindo esse desejo, até que nos sentimos prontos para ser pais”, contou ela ao portal Universia, do UOL.
Alexya iniciou seu processo de transição de gênero aos 28 anos. Hoje, aos 37, é um exemplo para muitas outras pessoas. Isso porque, mesmo casada há 12 anos, ela enfrentou longos processos para conseguir o direito de adotar. De acordo com ela, ao pesquisar sobre histórico de adoção na comunidade trans, ela não encontrou nada. E sua advogada, que trabalha há quase 20 anos somente com processos de adoção falou que ela poderia ser a primeira mulher trans a conseguir esse feito.
Lindas histórias de adoção
O primeiro filho ela adotou em 2015. Gabriel é um menino com necessidades especiais que chegou à família por meio do Cadastro Nacional de Adoção. Já na primeira adoção, grandes vitórias. Isso porque a juíza permitiu o uso do nome social de Alexa nos documentos da criança. Algum tempo depois, a pastora recebeu uma ligação da Vara da Infância e Juventude de Jaboatão dos Guararapes (PE). Havia uma menina trans que buscava uma família. Alexya não pensou duas vezes e enfrentou mais uma vez longos meses de processo para adotar a criança. “Quando eu desci do carro e vi aquele muro alto do abrigo, me deu a sensação de que ela ia nascer. Perguntei para ela qual nome queria usar, e ela pediu que eu escolhesse, afinal, eu já era mãe dela. Eu sempre quis que minha primeira filha tivesse o nome da minha mãe, então escolhi Ana Maria”, contou ela ao Universa.
Então em 2019, mais uma vez o telefone de Alexya tocou e era um pedido especial. Dessa vez, outra menina trans, agora residente de Santos, em São Paulo, também precisava de uma família. Mas agora o processo correu bem mais rápido. Em uma semana, Alexya e seu marido, Rodrigo, ganharam a guarda de Dayse.
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