A pílula anticoncepcional chegou ao mercado no início da década de 1960 e foi uma das principais responsáveis pela emancipação feminina. Ao longo dos anos, a ciência aprimorou o método contraceptivo oral, com redução drástica de efeitos colaterais e até resultados estéticos extremamente positivos para as mulheres – como diminuição de inchaço, menor impacto na libido e na oleosidade da pele, problemas causados pelas pílulas antigas.
O avanço científico, contudo, veio acompanhado de algumas preocupações e as más notícias sobre os riscos da pílula anticoncepcional não param de chegar. Desta vez, a preocupação é com a saúde mental: um novo estudo da Universidade de Copenhague analisou os registros médicos de todas as mulheres entre 15 e 34 anos que vivem na Dinamarca para concluir que a chance de desenvolver depressão chega a dobrar para quem usa anticoncepcional hormonal.
Os cientistas focaram o estudo em mulheres que não tinham diagnóstico prévio de depressão. Aí passaram 14 anos acompanhando a saúde delas e os medicamentos que consumiam. Aí passaram 14 anos, eles perceberam o seguinte: as mulheres que tomavam anticoncepcional hormonal tinham chances bem maiores de, mais tarde, passar a tomar antidepressivos – ou seja, de serem diagnosticadas como portadoras de depressão ou de transtornos de ansiedade (que também são tratados com fluoxetina, escitalopram e cia.).
Mesmo com o resultado do estudo a pílula até que está bem na fita. Os piores aumentos de risco estavam em outros métodos hormonais. Como o adesivo, por exemplo, que foi o verdadeiro “campeão” da pesquisa.
De acordo com os cientistas, as mulheres que usavam o método que distribui norgestrolmin (uma progesterona sintética, usada em marcas como Evra) através da pele tinham o dobro de chances de começar a tomar antidepressivos, comparadas às jovens que não tomavam esses hormônios.
Preocupante, não é verdade? O risco de depressão é conhecido de qualquer um leia a bula de qualquer anticoncepcional hormonal. Mas quando aparece um estudo com a população inteira de um país, a realidade (e a gravidade) da história chama bem mais atenção.
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