Apesar de tantos esforços para freá-la, a violência contra a mulher persiste e está inserida em todas as classes e relações sociais. Na era da Internet – onde o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de acesso a rede, com 85,9 milhões de usuários -, as redes sociais muitas vezes têm sido palco de manifestações de caráter ofensivo, preconceituoso, discriminatório e de grave intolerância contra as mulheres, como vimos recentemente o caso da jornalista Maria Júlia Coutinho, que foi vítima de comentários preconceituosos na página oficial do Jornal Nacional no Facebook.
No entanto, engana-se quem pensa muita que a internet é um mundo livre de regras jurídicas, onde as pessoas podem fazer o que desejam, sem enfrentar as consequências de seus atos. Atentos a esta triste realidade, a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa debate hoje, a partir das 14:30 horas, a situação da violência e discriminação contra as mulheres nas redes sociais. A audiência pública, que atende solicitação do deputado Moisés Braz (PT), acontece no Complexo de Comissões Técnicas da Casa.
Propondo debater sobre qual seria a melhor maneira de construir políticas públicas voltadas para o enfrentamento destas práticas de violência na Internet, o parlamentar afirma que considera importante que os movimentos sociais estejam sempre provocando e incentivando a discussão sobre a democratização da mídia. “Propomos a realização de um debate ampliado, com a participação de mulheres e instituições que, ao longo de suas vidas, vêm contribuindo para a causa feminina”, disse Moisés.
Foram convidados para a audiência, representantes da Coordenadoria de Mulheres do Governo do Estado do Ceará; do Conselho Cearense dos Direitos da Mulher; do Sindicato dos Jornalistas do Ceará; da Delegacia de Defesa da Mulher; da Promotoria de Justiça de Combate a Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, do Ministério Público do Estado do Ceará; dentre outras autoridades.
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