Sabe-se que a predominância masculina no mundo do trabalho influencia fortemente o que é produzido, estudado e difundido. Nesse universo, qualquer novidade torna-se uma estrutura ambígua: por vezes desejada, querida, exigida, por outras repelidas, temida, odiada. Com base nisso, vamos falar um pouco sobre o trabalho feminino na Polícia Militar, um universo originalmente masculino, à luz das relações de poder e de gênero.
Como a maioria sabe, a PM é uma instituição tradicional, machista, não é mesmo? Considerando que embora o quadro feminino da polícia exista há 20 anos e ainda trata-se de algo denominado como “muito novo” dentro da realidade da PM, a Assembleia Legislativa do Ceará realiza uma audiência pública, nesta segunda-feira (12), para discutir a real necessidade da criação do Batalhão de Polícia Feminino para o Estado. O debate, que ocorre às 9 horas, no Complexo de Comissões Técnicas Casa, atende a solicitação da deputada Fernanda Pessoa (PR) e, de acordo com a parlamentar, tem caráter de urgência.
A deputada destaca que as mulheres já tiveram muitas conquistas durante os 20 anos de ingresso na Academia de Polícia Militar, portanto, faz-se necessário o debate sobre a criação do Batalhão de Polícia Feminino, “para a consolidação das políticas públicas para essas mulheres e para refletir sobre o retrocesso do tema.
Igualdade para todos, como prevê a nossa Constituição, não pode nunca ser pensada como privilégios de gênero. Afinal, hoje em dia, já não dá mais para dizer que existem profissões essencialmente masculinas. Portanto, é hora de refazer e fazer história, pois assim como o homem policial militar a mulher faz o juramento, e, em assim o sendo, sua missão é única: servir a sociedade.
Foram convidados para a audiência acerca da criação do Batalhão de Polícia Feminino, a vice-governadora do Ceará, Izolda Cela; o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado, Delci Teixeira; o coronel da Polícia Militar do Ceará (PM-CE), Giovani Pinheiro; a presidente do Conselho Cearense dos Direitos da Mulher, Camila Silveira, e a tenente-coronel Cléa Beltrão, oficial mais antiga da Polícia Militar (PM-CE).
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