Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) da organização de pesquisa Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) de Belém, no Pará, o desmatamento na Amazônia chegou a 244 km² em outubro último. O monitoramento não oficial feito pelo SAD mostrou que houve um aumento de 467% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Neste ano, 72% do território da Amazônia foi monitorado por causa da cobertura de nuvens. Já em outubro de 2013, o monitoramento abrangeu 69% do território.
No boletim relativo ao período de agosto a setembro de 2014, que são os dois primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, foi registrada uma perda florestal acumulada de 838 km², com aumento de 191% em relação ao mesmo período de 2013, quando foram desmatados 288 km².
No mês passado, Rondônia foi novamente o Estado mais afetado, concentrando 27% do desmatamento, de acordo com o boletim. O restante se distribuiu entre Mato Grosso (23%), seguido por Pará (22%) e Amazonas (13%), com menor ocorrência em Roraima (9%), Acre (5%) e Amapá (1%).
Grande parte desse total (60%) ocorreu em terras privadas ou de controle de posseiros, excluindo dessa soma os assentamentos de reforma agrária, responsáveis por 22% da área total desmatada. Ainda de acordo com o relatório, 16% desse desmatamento em outubro ocorreram em unidades de conservação de uso sustentável, florestas nacionais e estaduais, áreas de proteção ambiental e reservas extrativistas.
O Imazon também divulgou números sobre a degradação florestal, áreas onde a floresta não foi inteiramente suprimida, mas foi intensamente explorada ou atingida por queimadas. Em outubro, as florestas degradadas na Amazônia somaram 468 km². Em relação a outubro do ano passado, houve um aumento de 1.070%, quando a degradação florestal somou 40 km².
Em relação aos números oficiais, os últimos dados medidos pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram divulgados em setembro, com números referentes a junho e julho, indicando aumento de 195% em relação ao mesmo período de 2013.
A promessa do governo é de que os dados de setembro sejam divulgados até o fim de novembro. O SAD usa imagens do mesmo sensor e do satélite utilizados pelo Deter, mas emprega metodologia diferente.
Fotos: Raphael Alves/AFP/Reprodução