Brasil tem três vezes mais mortes a tiro que os EUA

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O massacre ocorrido na última sexta-feira (14) no estado americano de Connecticut, onde 26 pessoas foram assassinadas, sendo a maioria delas crianças, levantou mais uma vez nos EUA a discussão sobre a política do uso de armas por civis. No entanto, mesmo com o número de armas bem superior ao do Brasil circulando entre a população, não é nos Estados Unidos que são registradas as maiores taxas de homicídios, mas no Brasil. Foram 36 mil vítimas fatais de tiros, em 2010.

Os números foram mostrados no relatório do Escritório da ONU contra Drogas e Crimes (UNODC, na sigla em inglês). Os dados do Brasil foram fornecidos pelo Ministério da Saúde. O total chega a ser 3,7 vezes maior que o registrado pelos americanos, que tiveram 9.960 mortes. Dessa forma o Brasil está no topo dos países que mais registram óbitos por arma de fogo no mundo.

Nos Estados Unidos, cidadãos podem adquirir com facilidade armas de fogo e o direito à posse é garantido pela Constituição do país. Segundo relatório do UNODC, com estimativas de 2007, havia nos EUA, 270 milhões de armas em posse da população. No Brasil, onde a posse de armas de fogo é permitida após registro e análise de antecedentes, mas o porte de armas de fogo é proibido, salvo em casos excepcionais, o relatório apontava 15 milhões de armas em 2007.

Para ter uma ideia do quanto os números no Brasil são altos e preocupantes, o número de mortos na guerra civil da Síria já causou mais de 42.000 mortos, na revolta contra o regime de Bashar al Assad há mais de 20 meses. Enquanto no país que vive declaradamente um conflito civil, por mês, em média, 2.100 pessoas foram vitimadas, no Brasil, em um ano esse número chega a uma média de 3 mil vítimas.

 

Fotos: reprodução

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