Vereadores e autoridades ligadas ao esporte se reuniram na última quinta-feira (28) para discutir sobre a implantação de uma Parceria Público-Privada para o Estádio Presidente Vargas. O estádio municipal passou por uma grande reforma em 2010 e é palco de jogos dos campeonatos profissionais envolvendo os times locais e também de eventos esportivos ligados à Prefeitura de Fortaleza.
O Secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, Alexandre Lopes, elogiou a inicativa do vereador Roberto Burns (PTC), autor da proposta. Segundo ele, as PPPs são uma viável alternativa à falta de recursos com a qual o poder público padece. “A PPP tem uma importância fundamental para o desenvolvimento do Brasil, do Ceará e de Fortaleza. Hoje, o Brasil, os estados e municípios passam por problemas sérios quanto a falta de recursos para investimentos, não há dinheiro para projetos de infraestrutura. O Brasil carece de portos, ferrovias, aeroportos, escolas, hospitais e tudo isso tem que ter dinheiro. Para se ter uma ideia, 3% do PIB é para manter os grandes projetos”. O gestor fez questão de diferenciar PPP de privatização, e citou o caso da Coelce como exemplo de algo que poderia ter se transformado em parceria público-privada. “A privatização da Coelce foi um erro, se fosse uma PPP, a situação seria outra, pois o Governo poderia cobrar a melhoria dos serviços e a PPP tem validade de 35 anos”, observou.
Autor do projeto, Roberto Burns disse que uma administração privada do estádio Presidente Vargas pode trazer maior produtividade à economia e sugeriu que federação cearense de Futebol e clubes arquem com as despesas da praça esportiva.“Esse estádio poderia ser administrado por uma PPP, porque é na verdade uma casa de show onde você paga para assistir um espetáculo. Os recursos arrecadados pelo Estádio Presidente Vargas, com a PPP, seriam destinados para a manutenção das outras praças esportivas do município nos bairros, incentivando assim o esporte. O dinheiro que agente gasta mantendo o PV os clubes e a Federação poderiam pagar”, disse.
Já o Secretário de Esportes e Lazer do Município, Márcio Lopes, disse ter desconfiança deste tipo de parceria. Ele citou o caso da PPP entre Luarenas e governo do Estado, para a gestão do estádio Castelão, onde cerca de R$ 1 bilhão foi gasto pela administração estadual. “No Esporte as parcerias são feitas nas Arenas e o conhecimento que nós temos é que operam no vermelho atualmente. Quero só fazer essa ressalva inicialmente. Quero distinguir duas coisas a Parceria Privada e a Parceria Público-Privada, que necessitaria de um investimento mínimo de R$ 20 milhões de reais de investimentos”, disse.
A reunião ainda contou com outros nomes, como o presidente do Uniclubes, Deodato Barroso, o presidente do Maguary, Aguiar Júnior, e o representante da FCF, Benê Lima, que elevaram ainda mais o nível das ideais da discussão.
E você, esportista? Acha que o velho, mas charmoso PV deve ser administrado pelo município ou através de uma PPP? Na sua opinião, qual o melhor destino para o “velho campo do Benfica”, palco de tantas glórias e “causos” do futebol cearense?
Saiba Mais
As parcerias público-privadas (PPP) consistem em contratos assinados entre uma entidade pública – administração central ou empresa pública – e uma entidade privada, para a construção de uma obra vista como um investimento de interesse público. O lançamento de uma PPP tem como objectivo permitir a construção de infra-estruturas importantes para a população, mas sem obrigar o Estado a acarretar os custos da sua construção. Em vez de uma obra ser construída através da tradicional empreitada e do concurso público e suportada pelo Estado, há um acordo com entidades privadas que se comprometem a executar a obra e a suportar os seus custos, com a contrapartida de lhes ser entregue a concessão da infra-estrutura durante um determinado tempo.
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