Após diagnosticar que grande parte das mulheres da comunidade do Poço da Draga, em Fortaleza, não possuíam renda, a pesquisadora e produtora cultural Flávia Muluc resolveu criar um movimento. A ideia era utilizar alguma matéria prima que fosse abundante e gratuita para trazer uma nova possibilidade financeira para essas mulheres. Só que também era preciso despertar o empoderamento feminino nelas. E assim nasceu o projeto Comunidades Criativas, que usa a arte, a cultura e responsabilidade ambiental para dar uma nova perspectiva a essas mulheres.
A princípio, o projeto Comunidades Criativas tem o propósito de criar possibilidades de renda e transformações socioambientais, a partir da arte e criatividade associadas ao reuso e redesign de materiais recicláveis, especialmente o plástico. Sendo assim, esta é a primeira edição do movimento, que começou em agosto e segue até novembro de 2021, na comunidade Poço da Draga, localizada na Praia de Iracema em Fortaleza. Então, neste projeto piloto, participam 10 mulheres da comunidade, com faixa etária entre 18 e 60 anos. O projeto tem como plataforma conceitual a educação ambiental e a economia circular.
Comunidades Criativas: sustentabilidade com propósito
Então, segundo sua idealizadora, Flávia Muluc, a ideia de utilizar algum material reciclável é uma saída que une empreendedorismo social e sustentabilidade. “Nas tampinhas plásticas encontramos a primeira solução, e construímos juntas uma cortina com milhares de tampinhas coletadas junto a comunidade que foi exposta na Caixa Cultural durante o Festival de Teatro Infantil – TIC. A partir daí decidimos sonhar mais alto e buscar uma possibilidade de realizar o projeto com mais estrutura e impacto”.
Sendo assim, nesta edição do Comunidades Criativas, as participantes terão a tutoria do Designer de Produto e Artista Visual, Érico Gondim. Já a Lugar ArteVistas, sob coordenação de Roberta Bonfim, assume a comunicação do projeto junto a parceiros e jovens da comunidade. Aqui a ideia é criar conteúdo ao viver o projeto. A gestão do projeto fica por conta de Pollyana Gualberto. E a articulação na comunidade conta com a parceria da Ong Velaumar, com supervisão de Izabel Lima. Para ela, o “projeto é uma oportunidade de priorizar as Mulheres sem pleno acesso cível, econômico, social e cultural, como forma de combater a violência e a discriminação. A importância desta capacitação na educação para o trabalho e na garantia de autonomia. É um fortalecimento do compromisso com uma vida comunitária mais justa”.
O projeto está organizado em cinco módulos:
- Sensibilização Ambiental e Formação;
- Artes Manuais e Redesign;
- Modelagem e Costura;
- Criação de Marca e Produtos;
- Precificação, Venda e Parcerias.
Então, a ideia é que a partir do projeto possa ser criada uma marca e uma linha de produtos feitos pelas mulheres da comunidade. Isso a partir de diferentes técnicas como tecelagem, fusão plástica e costura. E fazer com que esses produtos possam ser comercializados, criando oportunidades de renda a partir da economia criativa. Sendo assim, o Comunidades Criativas cria possibilidades que promovem transformações socioambientais e econômicas a partir da arte, cultura, empoderamento feminino e economia criativa com afeto e participação.
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