Na última terça-feira (22), se comemorou o Dia Mundial da Água. Apesar da data ser marcante, ela lembra que, na verdade, não há muito o que se comemorar. Isso porque com o avanço da poluição e as mudanças climáticas, cada vez mais populações sofrem com a falta de água potável. Mas uma baiana com uma história inspiradora criou um sistema de purificação de água que lhe rendeu um prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU) de inovação para o meio ambiente.
Anna Luisa Beserra começou a pesquisar os efeitos da radiação ultravioleta na água desde que tinha 15 anos, quando ganhou uma bolsa do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), uma instituição do governo. De lá para cá, ela desenvolveu cerca de dez diferentes protótipos até chegar à versão atual, que purifica a água e a torna potável, sem uso de filtros ou aditivos químicos. Chamado Aqualuz, o aparelho já está em funcionamento.
A jovem, que é de Salvador, foi a primeira brasileira a vencer o prêmio Jovens Campeões da Terra, das Nações Unidas, isso ainda em 2019. Ana concorreu com jovens entre 18 e 30 anos de todo o mundo e saiu vencedora com um projeto inovador de purificação de água. A jovem utiliza a radiação solar para tratar água e torná-la potável. Em entrevista à BBC, ela explica de forma simplificada como funciona sua ideia. “A gente passa protetor quando vai à praia justamente par anos proteger contra a radiação ultravioleta. Em humanos, ela causa câncer de pele. Mas, para vírus e bactérias, ela é letal. A gente aproveita a mesma radiação ultravioleta para fazer o tratamento da água, que passa a ser potável.”
Com a capacidade de limpar até 10 mil litros de água em quatro horas, foi esse projeto de purificação de água que levou o prêmio da ONU. E a ideia agora é levar essa tecnologia a outros países ao redor do mundo. “Hoje, o Aqualuz beneficia mais de 4.000 pessoas em 13 estados do Brasil. Nosso objetivo é crescer, já que sabemos que o acesso à água e ao saneamento muda tudo. O Brasil está muito atrasado em investimentos de tecnologias. Mas estímulos a jovens empreendedores podem ajudar a transformar o país e o mundo”, disse ela para a revista Vogue.
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