Estamos em pleno ano de 2021 e, infelizmente, os casos de racismo no Brasil – e no mundo – ainda são muitos. Não é raro vermos casos que mostram a ignorância das pessoas em relação ao preconceito de cor de pele pela internet e na televisão. Quem nunca ouviu – ou pior, falou – um “eu não sou racista, mas…”, ou então um “eu não sou racista, tenho até amigos negros”? Frases assim são extremamente preconceituosas e nem deveriam ser proferidas. Porém um grupo de cearenses se uniu para trabalhar a favor da população negra, principalmente dentro de um mercado importante nesse aspecto: o da comunicação. Do trabalho de publicitários e jornalistas, nasceu o portal Ceará Criolo, com a ideia de trazer uma agenda positiva sobre a negritude do Ceará e do Brasil.
A ideia do portal surgiu durante o curso Comunicação e Igualdade Racial Abdias Nascimento, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas do Estado do Ceará (Sindjorce) em 2018, em Fortaleza. Lá, os profissionais se reuniram e decidiram fazer algo a favor do movimento negro. ” O “Ceará Criolo” é um coletivo de comunicação que visa à ir na contramão do discurso excludente e enervado de clichês das empresas de comunicação sobre a população negra. Porque essa população negra precisa de um espaço qualificado de afirmação. De visibilidade. De debate honesto e inclusivo. E de identificação. Um lugar de desconstrução de discursos pré-fabricados e cheios de preconceitos”. Assim o portal Ceará Criolo (www.cearacriolo.com.br) se descreve.
Os jornalistas Rafael Ayala, Bruno de Castro e as publicitárias Tatiana Lima, Jéssica Carneiro e Rayana Vasconcelos, desenvolveram um portal que contava inicialmente com cinco seções: Afrossaberes, Artigos&Crônicas, História Negra, Perfil e Leitura Crítica. Porém a repercussão do trabalho foi tão positiva logo a princípio, que eles resolveram abrir novas frentes. Agora, o portal também tem espaço para reportagens especiais, notícias e fotografias.
Além do trabalho desenvolvido pelos criadores, a ideia é que o portal seja uma fonte de conteúdo colaborativo. O Ceará Criolo já conta com um grande número de seguidores nas redes sociais, o que demonstra a grande necessidade desse espaço de divulgação de ideias, ideais e boas notícias. Nas palavras de Jéssica Carneiro, que também é Mestra em psicologia, “O Ceará Criolo vem como uma voz que há muito foi silenciada. E este silêncio nós fazemos questão de quebrar. Nossa história não será mais escondida; não será mais pejorizada. Estamos colocando a comunicação a serviço da descolonização do pensamento, do enegrecimento do ser. Chegamos e viemos para ficar”.
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