Você sabe quantas árvores são queimadas para produzir mil tijolos convencionais? Segundo o estudante Danilo Acácio Pereira Lima, do Instituto Federal do Ceará (IFCE), o número é bem preocupante: são queimadas de seis a 12 árvores para produzir mil tijolos. E todo mundo sabe que uma casa leva bem mais que mil tijolos. Pensando nisso, Danilo pesquisou e desenvolveu um tijolo ecológico. “Eu faço a massa, faço a porcentagem certa de 10% de cimento e jogo água, faço a hidrocura. Ou seja, a água entra e faz a aglutinação com o cimento, com o solo e com a argila. E a diferença para a alvenaria tradicional é essa, justamente não queimar árvore”, explica.
Com 28 anos, Danilo é aluno do curso de tecnologia em construção de edifícios do campus Juazeiro do Norte do IFCE. Ele se dedicou a pesquisar como reduzir os impactos ambientais da construção civil. E assim nasceu o tijolo ecológico, que seguindo a produção desenvolvida pelo estudante, resulta em um material mais resistente à pressão e à tensão, conforme unidades e medidas internacionais. Outro diferencial é que o produto utiliza rochas minerais típicas da região do Cariri cearense em sua composição.
Danilo conta que o tijolo ecológico tem força e resistência similares aos utilizados em uma das maiores construções já feitas pela humanidade. “Ele usa da mesma tecnologia da Muralha da China, que é o BTC, ou Bloco de Terra Comprimida. Eu tenho o maquinário do IF que comprime a terra. Ele comprime 16 toneladas. Aí, depois de 24 horas, eu jogo a água e o tijolo fica duro. É quando se alcança esses dois de força”.
A ideia do estudante agora é expandir o projeto para além dos laboratórios de pesquisa. Danilo sonha em abrir uma fábrica especializada nos tijolos ecológicos. “Quem sabe fazer uma fábrica para ONGs, para fazer escolas bioconstruídas que vão durar bem mais, com conforto térmico por conta da argila. Quando está muito quente, a casa fica com temperatura ambiente, por causa do barro.”
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