A técnica da fertilização In Vitro (FIV) consiste em coletar os gametas, que são as células sexuais dos seres vivos, para que a fecundação do óvulo seja realizada em laboratório, para em seguida trasnsferí-lo para o útero.
Este procedimento foi realizado pela primeira vez na Inglaterra, em 1978, e trazido para o Brasil na década de oitenta. Sendo conhecido inicialmente pela expressão “Bebê de Proveta”, ele logo se tornou indicado para portadoras de doenças tubárias, endometriose e infertilidade sem causa aparente.
Conforme dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, entre 2011 e 2014, o número de fertilizações In Vitro realizadas no Brasil aumentou 106% em quatro anos, incluindo nessa estatística mães heterossexuais e homossexuais. O total de procedimentos saltou de 13.527 em 2011 para 27.871 em 2014.
Segundo especialistas, entre os fatores que favoreceram esse aumento estão a implementação das novas regras do Conselho Federal de Medicina, que proporcionaram o crescimento de fatores como a maior distribuição de clínicas e bancos embrionários, além da queda no preço do tratamento. Outro fator relevante é o fato de que as mulheres, cada vez mais, estão optando por engravidar mais tarde.
A Anvisa revelou que, entre 2008 e 2014, o Sudeste deteve 50% do total de embriões congelados, sendo que o estado de São Paulo detinha 42,2% desses embriões. A segunda maior concentração ficava na região Sul, com 27%, seguida das regiões Nordeste (12%), Centro-Oeste (10%) e Norte (1%).
Ainda de acordo com a Agência, os atuais estabelecimentos não comportam a quantidade de embriões existente hoje. “As clínicas têm relatado uma dificuldade de armazenamento devido à grande quantidade. A Anvisa não tem o que fazer para aumentar essa capacidade”, revelou a gerente de produtos biológicos do órgão governamental, Daniela Marreco.
Já para o ginecologista Renato Tomioka, o que favoreceu esse aumento na realização do processo de fertilização In Vitro foi a queda no preço e a facilidade de pagamento. “Atualmente, custa entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, valor que pode ser parcelado em até 12 vezes”, explica.
Para quem tem problemas para engravidar e sonha em ter um filho mas não tem dinheiro, o SUS oferece tratamento para fertilidade em 12 unidades espalhadas pelo país.
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