Um casarão construído na década de 1950, símbolo do bairro Damas, que atrai olhares curiosos de quem passa pela Avenida João Pessoa. Até hoje é impossível não se encantar com a Casa do Português, seja pelos atuais quatro andares monumentais, pelos arcos equivalentes ou pela rampa lateral que permite tráfego de veículos por todos os pavimentos.
Apesar de ser um bem tombado pelo Município, o lugar atualmente mantém aspecto de abandono e na última semana, depois que a foto de um trator, no segundo andar da casa, circulou nas redes sociais, a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Seculfor) informou que vai verificar nesta sexta-feira, 22, a denúncia de suposta demolição de partes do imóvel.
O antigo proprietário da Casa do Português, Sérgio Miranda, iniciou uma obra de revitalização em março de 2015, mas as intervenções foram embargadas pela Prefeitura de Fortaleza por falta de licenças.
De acordo com a Coordenação do Patrimônio Histórico e Cultural (CPHC), o tipo de autorização expedida ao proprietário não permitia obras civis e, sim, pequenos reparos, como pinturas e restauração de portas, janelas e grades. Os serviços, porém, avançaram com a retirada de paredes e divisórias que não constavam no projeto original da casa.
Após a paralisação das intervenções a Casa foi vendida para a família de César Filho que, assim como antigo dono, tem o objetivo de reformar a casa, mantendo sua estrutura original.
Considerada parte importante na história de Fortaleza, a movimentação de máquinas e operários na Casa do Português logo gerou curiosidade entre moradores do bairro e quem divide a rotina com a casa: “Eu vi pessoas trabalhando lá e muito lixo sendo retirado do local, mas não se exatamente o que é”, informou Larissa Vasconcelos. “Me contaram que vai ser um shopping. Tomara que seja! Ela tem uma estrutura muito bonita, mas tá precisando de uma reforma, né?” palpita Vanderlei da Silva.
Segundo o atual proprietário do local, o que está acontecendo é apenas um trabalho de limpeza dos entulhos da antiga gestão na tentativa de eliminar baratas, focos de mosquito da dengue e outros insetos.
A Seculfor explicou que tem o interesse de esclarecer o caso, mas como a casa é um bem privado, precisa da autorização dos proprietários para marcar uma visita pelo interior do local.
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