A semana começou agitada… Pokémon Go para um lado… Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro para outro… Mas algo que pouca gente ficou sabendo é que nesta segunda-feira (08), nós esgotamos os recursos do planeta para 2016. Isso mesmo, a humanidade já acabou com a “parte que nos cabia” de recursos naturais oferecidos pelo Planeta Terra para o ano de 2016.
Detalhe importante: ainda estamos no começo de agosto. Ou seja, ainda faltam pouco mais de cinco meses para o fim do ano e já estamos com a conta no vermelho em relação ao meio ambiente. E agora?
Este dia 8 de agosto foi o Dia de Sobrecarga da Terra (Earth Overshoot Day, em inglês). Quer dizer que a humanidade consumiu mais recursos naturais do que o planeta é capaz de produzir ao longo do ano. Ou seja, estamos entrando no saldo negativo com o meio ambiente e a capacidade de renovação do planeta Terra.
Calcular com precisão quando esgotamos os recursos do planeta é, ao mesmo tempo, simples e complicado. O cálculo fica por conta de uma ONG chamada Global Footprint Network. Utilizando dados da ONU, da Agência Internacional de Energia e da Organização Mundial do Comércio (OMC), além de dados governamentais dos próprios países, ela faz um contraponto entre população e produção de bens em relação a capacidade da natureza de se renovar.
E claro que essa balança anda bem desequilibrada. O cálculo do dia de Sobrecarga da Terra começou em 2000 e, de lá para cá, a cada ano esse dia chega mais cedo. Ou seja, a cada ano estamos acabando antes os recursos naturais disponíveis. É como se gastássemos todo nosso dinheiro cada vez mais no começo do mês e começássemos a “gastar por conta” o dinheiro do mês seguindo. E já entramos no mês seguinte no vermelho.
Claro que essa análise é global. Quando o cálculo é feito por países, cada um tem seu “dia” independente dos demais. O Brasil, por exemplo, é como uma espécie de “credor”, oferecendo mais recursos naturais do que consome. Afinal, temos a Amazônia, certo? Já locais como Singapura, formada praticamente apenas por área urbana, teve seu Dia logo em 2 de janeiro.
Claro que essa situação é reversível. Basta tomarmos atitudes de consumo consciente, buscar diminuir o desperdício de água, a emissão de gases poluentes e tudo mais que todos estamos cansados de saber que é preciso fazer. Mas pouca gente faz.
E agora, quem pagará essa “dívida ambiental”?
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