Os grandes centros urbanos estão recebendo, cada vez mais, um grande número de pessoas. Segundo um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), realizado em 2008, o número de habitantes das cidades superou o total de moradores da zona rural. E esta escalada continua ocorrendo, estimando-se que em 2030 mais de 60% (4,9 bilhões) da população viverá em cidades. Talvez seja por isso, que tanto se busca o conceito de cidade inteligente, que de uma forma geral, visa melhorar a qualidade de vida das pessoas.
E é claro que, diante dessa tendência mundial, o Brasil não poderia ficar de fora da novidade. Hoje em dia, 85% dos nossos habitantes se concentram nas zonas urbanas e apenas 12 das nossas maiores regiões metropolitanas concentram 45% da população nacional. E Fortaleza é, hoje, a quinta maior capital do País, só em sua região metropolitana, a capital cearense abriga mais de 3,4 milhões de pessoas.
“O rápido crescimento urbano tem tido reflexos interessantes no incremento da economia de Fortaleza. De janeiro a julho de 2012, quase nove mil novos empregos foram gerados na cidade, o que representa 66,59% do total do Estado. Além disso, recentemente, a cidade inaugurou o maior centro de eventos da América Latina, e obras como a construção do novo terminal Marítimo de Passageiros do Porto de Fortaleza estão em pleno andamento. É claro que, por outro lado, esse rápido crescimento urbano gera algumas consequências, entre elas trânsito catico, segurança pública, infra-estrutura deficiente, favelização”, destacou Cezar Taurion, gerente de Novas Tecnologias Aplicadas da IBM, em entrevista ao Jornal O Estado.
O especialista lembra que uma cidade inteligente precisa atender as necessidades básicas das pessoas, a mobilidade urbana é uma das principais delas. Além do mais, Fortaleza é uma das sedes da Copa do Mundo Fifa de 2014, em um momento em que a imagem da cidade está literalmente em jogo. Muitas pessoas virão para observar o desenvolvimento da capital.
“Entretanto, os principais investimentos não devem ser nestes locais, mas em iniciativas como a melhoria da segurança pública e da mobilidade urbana. Estes não devem ser feito apenas para a Copa, mas ser deixados como um legado para a população. E devemos compreender que cidade inteligente não é um pacote de software e gestão empresarial. Mas sim, uma iniciativa que o governo, as empresas privadas e a população como um todo precisa participar ativamente”, completa Taurion.
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