A história do feminismo não é recente. Ela começou ainda no século XIX e ganhou força no século XX. Os movimentos que o cercam custam a ter voz, e cada vez mais lutam por seus direitos e para mostrar o papel feminino na sociedade.
Um século depois da primeira publicação, uma editora traz uma nova edição de um dos primeiros manifestos feministas. Estamos falando de um verdadeiro clássico da literatura: Herland – A Terra das Mulheres. O título deixa uma importante marca na mobilização feminista.
A obra foi escrita por Charlotte Perkins Gilman e publicada pela primeira vez em 1915.Herland descreve uma sociedade formada unicamente por mulheres que vivem livres de conflitos e de dominação. A história é narrada por um estudante de sociologia que, com o auxílio de dois companheiros, chega ao lendário país dominado por mulheres. As diferentes visões dos três exploradores logo entrarão em conflito com a organização social utópica que terão de confrontar.
Herland subverte questões como a definição de gênero, a maternidade e o senso de individualidade. Gilman, nesta obra, cria uma narrativa revolucionária e dá uma importante contribuição às discussões sociológicas sobre os papéis masculino e feminino em sociedades de qualquer época.
Incentivada pela proposta, a editora Edipro apostou em uma equipe inteiramente feminina para a produção desta obra. Desde a edição do texto, passando pela produção, revisão, diagramação, capa e divulgação, apenas mulheres foram envolvidas no projeto. O prefácio foi escrito por ninguém menos do que Juliana Gomes.
Juliana é coordenadora do Leia Mulheres, um projeto de promoção da literatura feita por mulheres, inspirado pela escritora inglesa Joanna Walsh. Através do Leia Mulheres, grupos se reúnem em todo o Brasil para ler e debater a produção literária feita por mulheres. E com essa parceria, a editora busca emular a inspiração inicial da autora Charlotte Perkins Gilman.
Interessante a ideia, não acham?
Fotos: Reprodução