Em 8 anos Teixeira e Havelange receberam R$ 45 milhões em propinas

Acontece

Uma soma que equivale a R$ 45 milhões. Foi esse o valor que os dois ex-dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) João Havelange e Ricardo Teixeira, receberam em propinas, segundo um documento divulgado ontem (11), pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). O que já era levantado como suspeita durante a gestão de Teixeira na CBF, acabou se concretizando: as várias denúncias de irregularidades acabaram sendo provadas.

O documento revela que, entre 1992 e 1997, Ricardo Teixeira recebeu pelo menos 12,74 milhões de francos suíços (equivalentes a R$ 26 milhões, nos valores de conversão atual) da empresa de marketing esportivo International Sports and Leisure (ISL ). Já Havelange, em 1997, recebeu 1,5 milhões de francos suíços (R$ 3,1 milhões). Valores pagos e atribuídos a contas relacionadas aos dois totalizam quase 22 milhões de francos suíços (R$ 45 milhões), entre 1992 e 2000.

As informações foram divulgadas pela Fifa, horas depois de a Suprema Corte Suíça ter decidido que a imprensa deveria receber detalhes do caso. Teixeira e Havelange foram os dois únicos ex-dirigentes da entidade cuja identidade foi revelada. A Fifa divulgou uma nota em que empresa sua “satisfação” com a decisão da Justiça suíça.

A investigação sobre propinas pagas a altos dirigentes da Fifa pela ISL que já acontecia desde 1990, tinha sido arquivada. Em 2011, a Justiça suíça chegou a ordenar que a fifa abrisse os documentos do caso ISL, mas a entidade não atendeu a exigência. Também no ano passado, a Polícia Federal brasileira abriu investigação sobre a denúncia. Em março, Teixeira deixou o Comitê Executivo da Fifa e a presidência da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa de 2014, já sob acusações. Quanto a ISL, até o ano passado, a empresa comercializava os direitos de televisão e anúncios publicitários da Copa do Mundo para anunciantes e patrocinadores. A empresa faliu em 2011.

 

Foto: reprodução

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