Em dez anos, população brasileira na Espanha cresceu 380%

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Segundo os dados apresentados hoje (14) pelo Instituto de Estatísticas em Madri, em dez anos, o número de brasileiros vivendo na Espanha cresceu 380%. Os brasileiros, mas não só eles, os imigrantes de modo geral, foram responsáveis pelo crescimento significativo da população espanhola na última década. A população do país chegou a 46.815.916 habitantes no dia 1 de novembro de 2011. Um aumento de 5.968.545, ou 14,6 em relação a 2001.

O afluxo de estrangeiros ao país nos últimos anos cresceu mais três milhões e meio, atingindo 5,2 milhões. Antes da crise social que assola o país, e que hoje, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego já atinge 25% da população na Espanha, os jovens, sobretudo, são os mais afetados, o país era polo de imigrantes na Europa.

Em relação aos brasileiros, o número passou de 18,3 mil em 2001 para 87 mil em 2011. Os números só fazem referência aos brasileiros legalmente registrados no país. O consulado do Brasil em Madri estima que esse número acrescido dos que vivem em situação irregular possa chegar a 200 mil. Isso sem contar o fato de que o país ainda é destino de muitos estudantes de intercâmbio.

O estudante de publicidade Jorge Gomes, que está se preparando para estudar na Espanha, diz que a escolha pela Europa se deu, em muito, pela fácil locomoção no continente. “Escolhi primeiro por ser na Europa, afinal, a gente sabe como lá é fácil se locomover. Poderia ter escolhido Canadá ou EUA, mas tendo a chance de conhecer a Europa inteira, isso facilitou na escolha”.

No entanto, não são os brasileiros os que estão em maior número na Espanha. Os romenos e marroquinos já somam 740 mil em dez anos. Já os vizinhos do Brasil, os bolivianos, passaram de 11 mil em 2001 para mais de 183 mil em 2011. Todavia o sonho de tentar a vida em outro país, outro continente, foi aos poucos se desfazendo para muitos imigrantes que apostaram tudo para tentar uma vida nova na Espanha.

O resultado de tudo isso é a inversão do que se viu na última década, e a Espanha passou a ser um país de emigração. Há tanto a volta de milhares de estrangeiros, como também espanhóis tentando a sorte em outros países, como no Brasil, por exemplo.

Para Gomes, a crise no país não pesou de forma negativa na escolha. “Eu dei uma estudada sobre isso antes de escolher, e vi que a crise não está afetando tanto os intercambistas”.

Em visita á Espanha para participar da 22ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e Governo, em Cádiz, no Sul do país, a presidenta Dilma Rousseff foi “assediada” com diversas propostas do governo espanhol para estreitar parcerias comerciais entre Brasil e Espanha e facilitar a entrada de espanhóis no país.

“Nossos olhos estão em vocês, temos experiência que se pode dividir”, disse aos chefes de Estado e de Governo da América Latina presentes à inauguração da cúpula. Para o rei, atualmente o Continente Latino-Americano tem mais coesão social, mas ainda precisa lutar contra as desigualdades.

“A Espanha tem sido terra de acolhida da América Latina”, disse o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy. Segundo ele, contar com “mais América Latina na Europa e na Espanha é uma receita imbatível para afrontar os atuais desafios”.

 

Fotos: reprodução

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