A Organização Mundial de Saúde e a Universidade John Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos, concluiu a partir do estudo Global Early Adolescent Study, que quando não existe diálogo franco e os pais não educam os filhos com base na igualdade de gênero, podem acabar havendo resultados bastante negativos na adolescência.
Quer alguns exemplos? Jogar futebol é coisa de menino, enquanto as meninas devem brincar apenas com bonecas, panelinhas e com um fogão. Com o passar do tempo, os meninos se dedicam aos estudos, enquanto as meninas devem ter um tempo separado para cozinhar e ajudar nas tarefas de casa. Refletiu?
Ao entrar na adolescência, as crianças tendem a sofrer com expectativas de gênero impostas pela sociedade, por esse motivo é necessário tratar a igualdade de gênero desde a infância e não apenas na adolescência. Entenda mais sobre o assunto logo abaixo.
A Pesquisa
Há seis anos é realizada uma análise chamada It Begins at Ten: How Gender Expectations Shape Early Adolescence Around the World, que explica e busca esclarecer o comportamento dos pais em relação aos filhos quando se trata de questões de gênero. Por exemplo, o diretor do estudo e professor na Universidade Johns Hopkins, Robert Blum afirma que: “Descobrimos que os meninos e meninas desde pequenas, tanto nas sociedades mais liberais quanto nas conservadoras, interiorizam logo o mito de que as meninas são vulneráveis e os meninos são fortes e independentes”.
Complementa ainda que, ao entrarem na adolescência o mundo cresce para os meninos, enquanto para as meninas, tende a reduzir. Isso porque, os estereótipos femininos passam a dar poder sob as meninas, que devem ser vigiadas e, caso quebre as “regras”, serem punidas. O que pode resultar em uma gravidez precoce, infecções por doenças sexualmente transmissíveis, afastamento da escola e casamento cedo.
Um exemplo básico analisado pelos estudiosos foi a análise ao perguntar sobre quem deve ter a iniciativa nos relacionamentos e a resposta da maioria foi: os meninos. Além das meninas informarem que a beleza dos seus corpos eram suas principais vantagens.
Por fim, os especialistas concluíram que o fato dos pais tratarem questões de gênero somente a partir dos 15 anos, pode ser tarde demais. Pois os riscos para a saúde desses adolescentes, relacionados aos papéis de gênero, começam a aparecer a partir dos 11 anos. A solução para esse questionamento é que os esclarecimentos sejam feitos o quanto antes e devem estar presentes nos locais em que os jovens estão.
Em alguns países, como nos Estados Unidos e em alguns lugares da Europa, as mudanças já tiveram um grande aumento nas últimas décadas, mas para que essa ação funcione é necessário além de uma variedade de intervenções, mas o desejo da política. Para que assim, os jovens estejam livres de riscos de saúde, ligados a clichês de gênero, no futuro.
A marca de sabão OMO sofreu uma crise recentemente causada pelos conservadores, pois não aceitaram o lançamento da campanha, realizada pela marca, sobre questões de gênero. Veja aqui o vídeo! E você, o que acha do assunto? Compartilhe com o Pátio Hype a sua opinião sobre o tema.
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