Entrevista – Lino Villaventura

Entrevistas|Moda

Nascido Antônio Marques dos Santos Neto, o paraense que se tornou cearense de coração, aprendeu a fazer moda com as próprias mãos e ganhou o país e até o mundo! suas coleções enchem os olhos de clientes, entusiastas e críticos de moda e seu trabalho saiu das passarelas e ganhou reconhecimento em áreas como tetatro e cinema! Durante sua carreira, Lino Villaventura já vestiu inúmeras celebridades como Xuxa e Patrícia Pillar e até mesmo a Barbie, a boneca mais conhecida do mundo, teve a honra de receber looks dele! A editora-chefe do No Pátio, Lívia Saboya, foi recebida por Lino em seu ateliê em Fortaleza. Em mais de uma hora de conversa descontraída, Lino mostrou que não é um homem de poucas palavras. Fala sim, sempre com muita propriedade! Com olhar e experiência de quem, aos mais de 30 anos de carreira, já fez um pouco de tudo e com sonhos de quem ainda tem muito por fazer! Veja a seguir a entrevista na íntegra.


Lívia Saboya:Você começou sua carreira em 1978, com 26 anos. Como aconteceu?
Lino Villaventura: Na verdade não foi bem uma carreira. Eu comecei a mexer com isso meio que por brincadeira. Eu estudava, fazia faculdade. Tentei arquitetura e não consegui. Fui fazer engenharia civil. Eu morava com mais pais e eles foram pro Rio e eu fiquei, isso em 1976, mais ou menos. Eu gostava de roupa e sempre gostei de roupa! Desenhava roupa pra mim.

LS: Nessa época você já entendia de costura?
LV: Não. Não entendia nada. Eu entendia de estética: do que era uma roupa bem feita e uma roupa bacana. Isso eu sabia, como todo mundo que tem vaidade, que se preocupa com a aparência, que sabe o que é uma roupa boa e um tecido bom. Eu sempre fiz isso, sabe? Quando eu queria uma roupa legal, não tinha essa oferta que tem hoje no mercado de moda. A industria têxtil não era o que é hoje em dia. Então, se você queria uma roupa legal ou você comprava, mas era caríssima e eu era um garoto. Aí, eu mandava fazer. Sabe o que fazia? Garimpava tecidos incríveis em locais que estavam de promoção, ia na costureira, inventava uma história e criava! Eu já desenhava, mas não tinha noção que isso. Sempre gostei muito de decoração, ambientação, de pintar de desenhar….

LS: Quando você veio morar em Fortaleza?
LV: Eu vim morar em Fortaleza bem no começo dos anos 1970, em 1972, quando conheci a Inês no cursinho, ficamos muito amigos e começamos a namorar. Eu fazia minhas roupas e as delas e íamos para as festas! Comecei a colocar em prática aquelas coisas que eu fazia em Belém que ninguém fazia. Então, eu chamava muito a atenção! No colégio eu era uma pessoa muito diferente. Eu era muito magro, não por tendência, mas porque eu cuidava mesmo! Nos anos 1970 você fazia sucesso assim. Quanto cheguei aqui chamava muito a atenção, mas não tinha noção disso. As irmãs da Inês pediam opinião para mim sobre roupa. Até que um dia minha irmã resolveu fazer comigo um colete bem anos 1970 para ela, mas bem na farra mesmo, como uma terapia. Era uma coisa bem anos 1970 você fazer bijuterias, bordados, tinturava tecidos….

LS: E ficou legal, as pessoas gostaram?
LV: Ficou muito bonito, muito bacana! As pessoas começam a encomendar e comecei a vender até para as lojas. Fazia colete, túnicas, bolsinhas, sempre com o bordado… tudo isso estudando engenharia! Quando eu fiquei e meus pais foram, meu pai disse “se vira” porque ele não queria que eu ficasse. Ele pagava a faculdade e o aluguel da casa, porque eu tive que alugar uma casinha, que foi justamente onde foi a Lino Villaventura, que foi o Lúcio Brasileiro que colocou o nome porque era perto da Vila Ventura, ele juntou tudo e me batizou! Nisso, uma vizinha minha – vizinha dessa casinha, onde as coisas começaram – levou uma amiga dela, que logo depois levou outra a Branca de Castro, que fez roupa comigo e se tornou um grande sucesso! Fui fazendo as coisas assim!

LS: E para executar o trabalho, como era?
LV: Ficava mais complicado porque eu não tinha uma equipe. Então, tive contratar pessoas porque o trabalho começou a tomar uma proporção muito maior que eu esperava: encomendas, comecei a fazer roupas, noivas, enxoval.. e assim foi! Eu me metia em tudo! Eu comecei a ver que aquilo dava certo para mim porque eu ia pela intuição e via que dava certo!

LS: E já dava dinheiro, tinha um valor agregado?
LV: Primeiro eu comecei a cobrar caro, na época. Eu não lembro quanto era. Mas, era uma roupa cara, tanto era que as pessoas que iam eram as que realmente poderiam pagar. Eu comecei a ver que tava com muita procura e comecei a cobrar mais caro e vi que aquilo também não era o problema. Montei a primeira loja e assim começou tudo.

LS: E onde foi a primeira loja?
LV: A primeira loja nós abrimos na santos dumont esquina com professor dias da rocha

LS:A engenharia, como ficou?!
LV: A engenharia tranquei! (Risos)

LS: Você chegou a fazer algum curso de moda?
LV: Nada, nada! Eu criei a minha maneira de trabalhar. Por isso que eu consegui fazer um trabalho diferenciado, um trabalho autoral. Não tive comprometimento com nada, só com roupa bem feita. Com coisas que eu faço até hoje e as pessoas viam aquela qualidade e ficavam impressionadas. Aí eu comecei a receber também pedidos de homens – de pessoas daqui que eram muito exigentes – alguns deles só faziam roupas comigo.

LS: Inclusive ternos?
LV: Não. Ternos não. Mais calça, camisa…

LS: Quem você gosta mais de vestir, mulher ou homem?
LV: Não… para mim tanto faz! Eu tenho um foco bem diferenciado quando visto uma mulher ou quando visto um homem. É bem diferente a minha maneira de vestir.

LS: Já ouvi várias vezes você falando que não trabalha com tema, que sua coleção não tem um tema específico. É isso mesmo?
LV: É. Não crio um tema. Eu vou fazendo o que acho que aquele momento é. Vou fazendo da minha cabeça o que eu acho que eu quero naquele momento!

LS: Você baseia seu trabalho em tendências?
LV: Eu tenho um trabalho autoral e a tendência que eu tenho que fazer é que é o que está acontecendo no mundo hoje em dia, sobre o cotidiano, a economia mundial e coisas que vão agregando na sua cabeça, que fazem com que o seu trabalho seja atual. Qualidade do seu trabalho também é isso, é está bem informado sobre o que acontece.

LS: Você acha importante está atualizado sobre o que acontece no mundo inteiro? Porque existem muitos estilistas que ficam viciados na esfera de moda e só querem saber do que acontece no nesse universo…
LV: Isso para se inspirar no trabalho de outra pessoa, me desculpe! Para que você vai ficar olhando o trabalho dos outros, algo que já foi feito? Não é isso que você tem que fazer! Por exemplo, se eu vou olhar o trabalho de alguém – algo que já foi feito em um desfile – o que me interessa isso? O meu interesse é me surpreender. Eu mesmo me surpreender com o meu trabalho. Essa que é a grande questão! No dia em que eu não me surpreender mais, eu paro de trabalhar.

LS: Em relação a cópia no mundo da moda, muita gente fala “ah! Sou totalmente contra a cópia”. Mas você é adepto daquela ideia de que nada se cria, tudo se transforma?
LV: Na verdade assim, nada se cria, tudo se transforma mas não é copiando que você faz as coisas. Por mais que não exista nada inteiramente novo. Você inova dentro da mesma ideia, dentro do mesmo tema. Mas, não essa história de cópia. Cópia é crime, inclusive. É o mesmo que pirataria, você pegar e copiar o cara que bateu a cabeça para fazer, que queimou os neurônios dele para criar uma ideia bacana para o trabalho dele e você vai e faz igual? Isso é desonestidade, é muito feio.

LS: E a brasilidade da moda, você acha que está crescendo?
LV: A brasilidade da moda, na verdade é essa coisa autoral. Você é brasileiro. Você faz um trabalho e teu trabalho é brasileiro. Não precisa ser em cima dos ícones folclóricos, nem culturais, nos clichês que já existem. Você pode ter isso, já está intrínseco no seu imaginário, no seu pensamento. Assim, tudo o que você fizer de ma maneira muito própria, muito autoral, muito honesta e com muita propriedade, aquilo é brasileiríssimo! Não importa se o trabalho tem a cara do Nordeste ou de São Paulo, se é lúdico ou não. Não interessa. É brasileiro. Isso que é o bacana.

LS:Tem a inspiração que vem de dentro mesmo, não é?
LV: Isso! Tem a inspiração porque é você quem faz. Você tem autenticidade, originalidade. Não adianta você querer copiar uma coisa que não é sua. Não vai ser bacana. Antes isso era uma coisa muito presente no Brasil…

LS:Até pelo próprio cliente que queria comprar o que estava nas vitrines da Europa…
LV: Nos anos 1980 eu recebia editorial que me mandavam olhar as páginas da Vogue Paris e eu recusava! Todo mundo sabe que eu sempre trabalhei de uma maneira minha. Quando eu comecei esse trabalho não existia moda brasileira autoral. Eu sou o primeiro! Esse crédito é meu e até hoje eu sou um dos poucos que faz um trabalho com autenticidade. Se você pense em exportação você não vai ter êxito se você copiar. Agora, se você tiver originalidade responsabilidade com o trabalho e capacidade, você consegue resultados no mercado internacional. Mas, com cópia? Imagine!

LS: Você sofre com os bloqueios, que vem da pressão de ter que lançar uma coleção para verão, inverno?
LV: Não, não sofro não! Eu me deixo muito tranquilo, não fico nervoso.

LS: Mas, você tem essa pressão com datas e prazos?
LV: Tenho. Eu tenho que ter, né?! Tenho que ter disciplina. Depois da temporadas de moda brasileiras, como o São Paulo Fashion Week, as coisas ficam mais organizadas. Antigamente não. Você criava e lançava na hora em que queria. Tinha um limitezinho de tempo, claro. Hoje é no dia tal, na hora tal e você tem que está ali, pronto!

LS: Não bate aquele nervosismo?
LV: Não. na verdade assim… eu não tenho muito isso. Eu me permito! Não fico me cobrando “nossa tenho que arrasar porque o desfile passado foi um máximo e esse tem que ser melhor”. eu procuro fazer melhor porque você tem sempre que acrescentar no seu trabalho para ver que ele está progredindo de alguma maneira. As vezes eu parto desse princípio: nunca mais eu fiz uma roupa assim bem chique, clássica, a cara daquelas mulheres maravilhosas dos anos 1960, de cabelão. Eu gosto muito do tipo, mas acabo nunca fazendo e quando vou fazer eu digo “mas, não é a minha cara”.

LS: Falando do minimalismo e de marca registrada sua, é bem lúdico o seu estilo, até meio teatral… Então, como aconteceu a sua estreia na produção de figurinos para o teatro e cinema?
LV: Eu fui convidado para fazer, o que na verdade é uma coisa rara porque produção para cinema nunca tem muita verba para figurino, nem teatro também tem. É muito complicado cinema. Eu fiz em uma época em que eu tinha um pouco mais de disponibilidade.

Mas, foi uma experiência incrível e muito complicada também. Só não é mais complicado porque quando você vê na tela, a roupa ganha uma dimensão incrível. Mas, assim… você faz um figurino enorme – eu fiz quase 800 roupas – e foram usadas 150. Então, mais da metade ficou sem usar! Aí, eles guardaram e o figurino estragou…

LS: Que mudanças no cenário da moda cearense mais te chamaram atenção
desde o começo de sua carreira?
LV: Eu acho que hoje em dia, no Brasil, existe esse grande interesse em seguir a moda, em saber o que acontece na moda. A moda é um registro do comportamento, não só de quem você é, mas de uma sociedade inteira. Você consegue estudar, através da moda, todos os problemas sociais, políticos e econômicos de uma determinada época, só pelo jeito como as pessoas se vestem. Então, isso é super sério, essa história da moda. Tem um grande problema nessa procura por cursos de moda. “Ah não sei o que fazer, vou fazer moda”. Muita menina vai fazer moda porque acha bacana, mas na verdade é um trabalho muito árduo. Um trabalho com muita responsabilidade!

Você pode até gostar de roupa, mas fazer moda é outra história. É diferente! Eu acho que você tem que ter muita vontade e essa vida é quase um sacerdócio. Você tem que se dedicar muito. Tem certas carreiras e trabalhos que são assim: ou você gosta muito ou não faça e parta para outra coisa. Em palestras os menos sempre perguntam assim “Ah! Quando você começou era mais fácil”? Poderia até ser mas não tinha esse excesso de informação tem hoje. Steve Jobs dizia que você tem que esperar que as coisas vão acontecendo.

LS: Nesses 33 anos de carreira aqui no Ceará o que você acha que mudou?
LV: Pois é! Hoje em dia tem essa vontade, tem pessoas que estão se esforçando. Mas, é difícil ficar analisando o trabalho dos outros.

LS: Mas, você consegue vislumbrar uma moda cearense?
LV: Não! Ainda não! Para vislumbrar uma moda cearense é preciso um grupo grande de pessoas fazendo uma moda diferenciada. Não tem ainda uma identificação muito forte de moda cearense, mesmo eu fazendo uma roupa aqui no Ceará, eu crio uma história que tem muita relação com o Norte/Nordeste, mas nunca nada pode ser muito regional porque aí você fecha o ciclo e não se abre.

LS:Você acha que a gente ainda está muito no regional?
LV: Não é nem isso! Eu acho que ainda está muito imaturo o negócio. No Brasil inteiro, não é só no Nordeste. A cultura de moda no Brasil ainda é uma coisa muito recente, não começou há um tempo, começou agora. Agora que as pessoas estão começando a se inteirar sobre o que é uma moda que tenha personalidade, digamos assim, que tenha uma certa identidade. A originalidade de moda é recente! Semana de moda brasileira fez 15 anos agora, está muito recente.

LS: A gente tem aqui no Ceará o Dragão Fashion…
LV: Que é muito interessante! Já participei como convidado do Cláudio(Cláudio Silveira, idealizador do Dragão Fashion Brasil) e eu participo com o maior carinho porque acho muito importante, tem crescido, e é uma oportunidade para os jovens que trabalham com moda mostrarem os resultados. Isso tudo amadurece e só tem a acrescentar! E você percebe que existe expectativa das pessoas quererem ver.

LS: E você teve a oportunidade de ver algum trabalho lá?
LV: Não porque eu venho, participo e volto logo.

LS: Você pode citar alguns estilistas que você goste?
LV: Eu gosto muito do Oscar (Oscar Metsavaht, da Oskley), do trabalho dele. Gosto muito do estilo da Osklen, uma coisa bem carioca que ele consegue fazer. Uma marca forte e muito bacana!

LS:Que outros estilistas brasileiros você acha que levam esse DNA brasileira para fora?
LV:Glória, Alexandre… Todos eles estão levando o Brasil para fora e estão mostrando o trabalho mais autêntico. O único medo que eu tenho vem das marcas meio… alternativas até, por vontade de vender a marca e virar uma coisa mais comercial.

 

Um dos ambientes do ateliê de Lino Lillaventura

LS: No início de sua carreira, houve alguém em especial que te estendeu a mão e
te ajudou a crescer? E teve alguém que tentou puxar seu tapete?
LV: O Lúcio (Lúcio Brasileiro) gostou do meu trabalho, começou a falar. Eu fiz publicidade sim, claro. Mas foi bem mais no boca a boca. Meu trabalho felizmente  tem isso, cria curiosidade e interesse nas pessoas! Tiro pelo próprio Facebook, que eu coloco uma foto uma coisa e as pessoas adoram comentar. É bacana a gente ver isso!

LS: Como rolou o convite pra fazer um figurino para a boneca mais famosa do
mundo, a Barbie? O que você achou da experiência?
LV: A Mattel, que é a fabricante da Barbie no Brasil me chamou e fiz sob medida para Bárbie. Eu fiz uma coleção para a Barbie, cada bonequinha seria um prêmio para os maiores colecionadores de Bárbie do Brasil. E foi engraçado que eu fiz as bonequinhas, eram seis eu acho, e antes de entregar para eles eu fiz uma vitrine lá em São Paulo e fez muito sucesso. Todo mundo parou para olhar as Barbies!

LS: A cada dia que passa, os jovens consomem cada vez mais e mais cedo. Qual
a sua relação com o mercado entre 15 e 25 anos?
LV: Olha, eu faço roupa até para criança de um ano, dois anos de idade – por encomenda – minhas clientes tem uma variedade muito grande, tem até de 80 anos. Sob medida a mesma coisa também. Eu não foco tanto assim em idade. Meu público é uma pessoa de personalidade.

LS: As novas tecnologias estão revolucionando tudo. Na sua opinião, qual a maior
contribuição que a Internet oferece ao mundo da moda?
LV: Eu acho que a Internet é uma ligação imediata com tudo o que você possa imaginar. Você fala uma besteira, cai na Internet. Você fala uma coisa importante, cai na Internet. Através da Internet você se comunica com o mundo inteiro imediatamente. Você joga uma coisa na Internet, no Youtube e você não tem noção! Mas, claro, você tem que ser inteligente o bastante para dar uma selecionada no que você quer ver. Você pode nem ter saído de Fortaleza e ao mesmo tempo conhecer tudo. Você entra no Google e vê coisas, claro que não é a mesma coisa de ver pessoalmente, mas é incrível!

LS: O que você seria, caso não fosse estilista?
LV: Não tenho nem ideia. Graças a Deus que Ele colocou isso na minha vida, porque eu não tinha nem ideia. Eu sabia que não tinha muito talento para trabalhar para ninguém, sendo comandado por alguém. Não ia dar certo ficar no comando de ninguém. Então, ainda bem que pintou essa história na minha vida!

LS: E no tempo livre, o que você gosta de fazer?
LV: Na verdade assim, minha vida pessoal é muito corrida. Eu gosto muito de viajar, de ficar em casa, ver televisão…

LS: E sobra tempo para isso?
LV: Sobra! Imagina! Eu almoço em casa todo dia. Em São Paulo, meu apartamento é um quarteirão da minha loja. Eu vou andando todo dia. Vou para lá e volto 13:30. Vou para academia, da academia vou para casa, almoço, descanso, vejo alguma coisa, leio algo, entro na Internet e vou trabalhar. Aqui é a mesma coisa. Vou em casa, almoço, volto…. Minha vida é muito tranquila! Já tive minha época de sair. Hoje em dia não muito.

LS: Você é mais inverno ou verão?
LV: Eu sou mais os dois, na verdade! Vou pouco a praia, uma vez no ano! Antes era mais tranquilo. Hoje tem muita gente, é sempre muito lotado, muita fritura…

LS: Fala pra gente alguma dica da próxima coleção!
LV: Não tenho ideia! Eu me dou um tempo. Depois de São Paulo Fashion Week eu me dou um tempo, não faço nada, não quero pensar em nada. Eu trabalho normalmente nas medidas… Mas, para você ter noção, a primeira coisa que eu faço sempre na coleção são os sapatos, porque demoram mais. Mas, estou começando a selecionar as ideias!

LS: Você pergunta para alguém?
LV: Ninguém sabe o que eu estou pensando! Nem a Inês, nem o Régis, que é meu assistente. A Inês não trabalha nessa parte. Ela é do setor administrativo, mas para ela eu também nunca falei.

LS:Você é centralizador?
LV: Sou! Essa é uma parte muito minha, a da criação.

LS: Para terminar, um bate bola rapidinho!

LS: Um livro
LV:Paris é uma festa

LS:Um filme
LV:Meia noite em Paris

LS:Uma música
LV:Dos Stones, “She’s a Rainbow” , que tocou no meu último desfile!

LS:Um lugar
LV:Colômbia. Ainda não fui, mas tenho vontade de ir.

LS:Uma comida
LV:Bacalhau

LS:Um sonho
LV: Não é um sonho, mas um desejo: de fazer cada vez melhor o meu trabalho. Ah! De ter muita saúde também, que isso é necessário!

LS: Ser feliz é…
LV: Ter momentos felizes – não é ser feliz o tempo todo –  e ter tranquilidade!

 

Fotos: Ciro Saboya Gomes

Inscreva-se na nossa newsletter