A pesquisa “Deixados para trás pelo G20?”, realizada pela pela Oxfam – entidade de combate à pobreza e a injustiça social presente em 92 países -, diz que só a África do Sul fica atrás do Brasil em termos de desigualdade social no G20, grupo que reúne os ministros de finanças e chefes de bancos centrais das maiores economias do mundo. Os dados d0 estudo mostram que os países com economias emergentes, são os que têm os piores resultados. Além do Brasil e da África do Sul, ainda temos México, Rússia, Argentina, China e Turquia. Para a entidade que fez a pesquisa, os países com o maior índice de igualdade, tem uma economia desenvolvida e com renda maior, como França (que teve o melhor resultado geral), Alemanha, Canadá, Itália e Austrália.
Mesmo estando numa perspectiva não tão boa, segundo o estudo, o Brasil tem motivos para comemorar: ele menciona o Brasil como um dos países onde o combate à pobreza foi mais eficaz nos últimos anos. O estudo da Oxfam aponta a saída de 12 milhões de brasileiros da pobreza absoluta entre 1999 e 2009. O fator que mede a desigualdade também foi marcado como positivo no Brasil. A pesquisa mostra que o Brasil cresce de acordo com as expectativas feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). A tendência é que até 2020, o país tenha reduzido as taxas de desigualdade e de crescimento populacional, com o número de pobres caindo cerca de dois terços e com 5 milhões de pessoas a menos na linha da pobreza.
Para tanto, o Brasil precisa efetivar mais ainda suas ações de combate a pobreza, de solidificação da sua economia e de transferência de renda, como o programa Bolsa Família, por exemplo. Se isso não acontecer, o país não conseguirá tirar um número significativo de pessoas da linha da pobreza. O chefe do escritório da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst, disse à BBC Brasil que “mesmo que o Brasil tenha avanços no combate da pobreza, ele é ainda um dos países mais desiguais do mundo, com uma agenda bem forte pendente nesta área”.
Ele ainda pontua o estímulo à agricultura familiar e a sustentabilidade frente à economia mundial no que diz respeito a inflação, como ações importantes para reduzir a desigualdade. “A experiência do Brasil, da Coreia do Sul e de vários países de renda baixa e média-baixa mostra que reduzir a desigualdade está ao alcance dos dirigentes do G20”, pontua ainda Simon Ticehurst. Como diz o ditado: “estamos com a faca e o queijo na mão”, agora é pensar estrategicamente, investir e voltar-se para o povo, os mais interessados em sair da situação de miséria que ainda assola uma parcela significativa da nossa população.
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