Fato x Filme: a história real por trás de VIPs

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Chegamos com mais uma coluna Fato x Filme, contando as histórias reais que inspiraram grandes sucessos do cinema mundial. Por aqui já passaram vários títulos como O Impossível, A Garota Dinamarquesa, A Órfã e muitos outros. Então, essa semana, vamos dar espaço à produção nacional, contando pra vocês a história de Marcelo Nascimento da Rocha, que inspirou o filme VIPs.

Lançado em 2011, VIPs narra a vida de um jovem golpista que fingiu ser diversas pessoas. Se passando pelo filho do dono de uma companhia rodoviária, viajou o Brasil inteiro sem pagar. Aprendeu a pilotar aviões e trabalhou para contrabandistas na fronteira entre Brasil e Paraguai e chegou a se passar pelo irmão do dono de uma importante companhia aérea. No melhor estilo Prenda-me se For Capaz, ele foi longe em seus golpes – mas não conseguiu se esconder da polícia para sempre.

A história real por trás de VIPs

No longa, o ator Wagner Moura dá via a Marcelo Nascimento da Rocha, um homem que nasceu em Maringá, no Paraná e, ainda jovem, entrou para o mundo do crime utilizando identidades falsas para dar pequenos golpes. Seu sonho era se tornar piloto de avião, como seu falecido pai. Ele então foge de casa e, se passando por parentes de donos de companhias de ônibus, consegue viajar sem pagar. Ainda adolescente, Marcelo teve diversas passagens pela polícia, onde aprendeu tudo sobre investigações policiais, incluindo termos técnicos e jargões utilizados em conversas. E logo começou a se passar por policial para aplicar seus golpes.

Aos 18, entrou para o Exército, mas continuou com seus golpes, se passando pelas mais diferentes pessoas: campeão de jiu-jitsu, integrante de bandas de rock famosas, DJ, olheiro da Seleção Brasil, tudo para conseguir gratuidade em festas, restaurantes, hotéis e afins. No final dos anos 1980, ele enfim conseguiu se tornar piloto de avião – pago por narcotraficantes que financiaram seu brevet desde que ele os ajudasse a transportar drogas e cargas contrabandeadas entre Brasil e Paraguai. Marcelo utilizava diferentes identidades a fim de evitar ser pego.

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Marcelo da Rocha durante Recifolia de 2011

Depois de cerca de dez anos, quando conseguiu juntar uma quantia razoável, ele se preparou para aquele que seria o seu golpe mais conhecido: se passar por Henrique Constantino, irmão do dono da companhia aérea Gol. Marcelo viajou até Recife durante o Recifolia de 2001, uma famosa festa da cidade e, assumindo a falsa identidade de Henrique, conseguiu convencer a todos do local que era um dos VIPs da festa. Diversas celebridades caíram no golpe e ele foi recebido com todas as regalias no evento. Inclusive, chegou a dar diversas entrevistas ao vivo se passando por Henrique. Após a festa, ele alugou um jato e foi ao Rio de janeiro encontrar com um grupo de celebridades com quem tinha feito amizade. Contudo, ao chegar no aeroporto, ele chamou atenção dos policiais e acabou sendo preso.

Em 2003, ele participou de uma rebelião na cadeia, aparecendo em jornais na TV como sendo “Juliano”, líder da rebelião. Marcelo ainda conseguiu escapar da cadeia alguns anos depois, mas foi preso novamente no Paraná. Em 2014, ele conseguiu ir para o regime aberto, abriu uma empresa de eventos e chegou a dar palestras sobre sua vida como estelionatário. Definitivamente, essa vida dava um filme!

Fotos e vídeo: Reprodução

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