França censura a contratação de modelos muito magras

Moda|Para Ficar de Olho

Depois da Dinamarca instaurar um código de ética que zela pela saúde das modelos do país (se você não leu, clique aqui e entenda!), agora é a vez da França se manifestar. De acordo com a nova lei, aprovada na última sexta-feira (3),pela Assembleia Nacional, agências de modelo ou casas de moda que contratarem modelos abaixo do peso considerado saudável estão sujeitas a pagar uma multa de 75.000 euros (cerca de 256.000 reais) e mais seis meses de prisão. A lei é uma das medidas de combate à anorexia, uma das doenças mais letais do mundo. Embora não hajam estatísticas precisas, estima-se que 20% das adolescentes – do mundo inteiro – sejam afetadas. Fóruns na internet incentivam o problema, desmistificando a anorexia como doença e promovendo mais formas de atingir a magreza extrema. Nessa busca inescrupulosa pelo corpo ideal, as modelos são ainda mais atingidas, por serem cobradas ao máximo quanto à sua forma. Em breve, mais uma lei será votada, desta vez, elevando a crime o estímulo aos distúrbios alimentares.

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A partir desta data, as agências precisarão comprovar, por intermédio de um atestado médico, que as modelos estão em boa condição de saúde (o que é calculado através do IMC – Índice de Massa Corporal). Caso contrário, a mesma está sujeita às punições já determinadas. As fotos também serão supervisionadas: se houver retoque, este deverá ser indicado.

Os dados são preocupantes na França (entre 30 e 40 mil mulheres são afetadas por distúrbios alimentares), mas a decisão da Justiça também gerou desagrado: o Sindicato Nacional das Agências de Manequins (Synam) afirmou que a nova lei, além de causar confusão entre os termos “anorexia” e “magreza”, restringe a contratação das profissionais e põe as agências de modelos francesas em desvantagem quanto às outras do exterior.

Entretanto, o Governo Francês está resoluto a erradicar esse problema. “Há muitas garotas que passam fome para se parecerem com imagens que não são mais do que imagens, não são mulheres reais”, disse a deputada Maud Olivier, autora do projeto de lei.

Sem dúvida, não apenas na França, mas em todo o mundo, os distúrbios alimentares precisam de um olhar delicado, porém firme, para serem suprimidos. E vocês, leitores? Concordam com a posição da França?

 

Fotos: Reprodução

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