Frequência pré-escolar dos filhos pode afetar carreira das mães

Comportamento

Algumas mães depois da gestação, tendem a passar um tempo cuidando de seus filhos, mas geralmente, em um determinado momento,aparece  a necessidade de voltar para o mercado de trabalho e junto com essa vontade vêm o questionamento: Como vou trabalhar se não tenho com quem deixar meu filho(a)? Pois é, essa é uma atitude bem normal e típico de mãe dedicada! Recentemente, um estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP),afirmou que mulheres com filhos pequenos podem ter uma participação até 28% maior no mercado de trabalho quando as crianças frequentam a pré-escola.

Segundo Jaqueline Severino da Costa, autora da pesquisa, as mães só voltam a trabalhar quando colocam a criança na escola ou quando contratam uma pessoa para cuidar do filho. Para a conclusão da pesquisa, Jaqueline utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 2002 e 2008. Através de uma análise instrumental econométrica de regressão descontínua, esses dados foram comparados levando em consideração as famílias que tem filhos com menos de cinco anos.

A pesquisa mostrou que a freqüência pré-escolar dos filhos aumenta em aproximadamente 28% a vida ativa das mães no mercado de trabalho, e a jornada de trabalho sobre em 19 horas semanais. Contudo, esse aumento não é refletido em aumento salarial. “A escolaridade das mães pode ter um peso maior sobre os salários, inibindo a influência de outros fatores, como a jornada de trabalho”, afirma Jaqueline.

Outra contatação que foi considerada importante, é que a data de nascimento da criança interfere na sua frequência pré-escolar!  Crianças que completam cinco anos antes do dia 1º de março já podem frequentar a pre-escola. No entanto, o mesmo não acontece com aquelas que faze aniversário depois dessa data, consequentemente entram um ano depois na escola! Segundo Jaqueline, essas crianças teriam 3% menos chances de frequentar a pré-escola. “Parece um valor pequeno, mas na realidade não é. E essas crianças não frequentam a pré-escola apenas por não terem nascido na data estabelecida pelo governo”, lamenta a pesquisadora.

Uma maior frequência pré-escolar de crianças ajudaria a capacitação de pessoas para contribuição social e econômica do País. “Deve-se investir nisso pois os benefícios são de curto prazo, como a geração de empregos diretos em creches e escolas, e de longo prazo, com o melhor desenvolvimento da capacidade cognitiva das crianças e a participação feminina no mercado de trabalho”, afirma a pesquisadora.

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